Sábado – Pense por si

GPS

Ricky Gervais quer salvar galgos da Irlanda

O comediante Ricky Gervais juntou-se ao apelo para a proibição das exportações de galgos da Irlanda para a China, onde são vendidos para corridas em Macau

Capa da Sábado Edição 16 a 22 de setembro
Leia a revista
Em versão ePaper
Ler agora
Edição de 16 a 22 de setembro
As mais lidas GPS
16 de maio de 2016 às 09:00

Ricky Gervais apelou, na noite de sábado, ao governo irlandês para banir as exportações, numa acção que tem lugar depois de, na passada quinta-feira, 24 galgos terem sido bloqueados no Reino Unido, quando se encontravam em trânsito para a China, e enviados de volta para a Irlanda, devido às más condições em que eram transportados.

"Todos os cães que são enviados para Macau vão morrer lá", afirmou o humorista britânico e conhecido defensor dos direitos dos animais, em declarações publicadas no domingo pelo jornal Irish Mail.

Esses cães tinham como destino o Canídromo de Macau, um das mais cruéis pistas de corridas do mundo, onde morrem mais de 20 cães por mês, segundo as organizações de defesa dos animais.

A operar há 50 anos, o Canídromo de Macau viu a licença renovada em 2005, por dez anos, pelo que se gerou a expectativa de que pudesse encerrar no final de 2015. Contudo, o Governo renovou a concessão da Yat Yuen por mais um ano, argumentando que não seria "justo" encerrar o espaço "de um dia para o outro".

Em contagem decrescente para o fim do novo prazo, a Sociedade Protectora dos Animais de Macau (Anima), que lançou uma campanha internacional, a que se aliaram associações de defesa dos animais de todo o mundo, para encerrar o Canídromo, adotou a estratégia de bloquear o fornecimento de cães para Macau.

Sem novos animais, o Canídromo "pode continuar a usar os 700 animais que tem por algum tempo, mas não os pode matar, e vai ter de reduzir o número de corridas", actualmente 18 por dia, acima do mínimo exigido pelo Governo, que é de 12, segundo a Anima.

Em Dezembro, a campanha conseguiu que o principal fornecedor, a Austrália, deixasse de exportar cães para Macau.

A campanha focou-se, então, na Irlanda, um fornecedor inicialmente minoritário, mas que agora é essencial para o Canídromo.

A Irlanda proibiu a exportação de cães para a China em 2011, mas a regra não abrange a Região Administrativa Especial de Macau.

O presidente da Anima, Albano Martins, vai deslocar-se à Irlanda no próximo dia 2 de Junho, onde espera ser recebido pelo ministro da Agricultura, depois de uma petição para travar o envio de galgos para Macau ter reunido 350 mil assinaturas.

As próprias organizações de defesa dos direitos dos animais da Irlanda envolveram-se na campanha contra o Canídromo, realizando uma série de iniciativas, incluindo protestos. Recentemente também lançaram uma petição em que apelam à companhia aérea de bandeira alemã que pare de transportar os galgos para Hong Kong, a partir de onde seguem depois para Macau, onde enfrentam "uma armadilha mortal".

Numa carta dirigida ao CEO da Lufthansa, Carsten Spohr, os autores da petição afirmam estar "muito desapontados" com a sua decisão de transportar os galgos, lamentando que a transportadora não tenha seguido os passos de outras companhias aéreas.

Essa petição reuniu até hoje mais de 55 mil subscritores.

A Newsletter O Melhor do Mês no seu e-mail
NEWSLETTER EXCLUSIVA PARA ASSINANTES Para que não lhe escape nada, todos os meses o Diretor da SÁBADO faz um resumo sobre o que de melhor aconteceu no mês anterior.