O instituto Camões, a Fundação Konis Santana e o Gabinete de Apoio à Sociedade Civil de Timor-Leste lançaram esta terça-feira em Tutuala, no leste do país, a construção do centro cívico e cultural do antigo comandante da resistência timorense.
"O centro cívico e cultural Konis Santana em Tutuala pretende prestar a justa homenagem a um dos principais combatentes e ideólogos da luta pela libertação da pátria e através dele a todos os guerrilheiros, em particular da ponta leste, que sacrificaram a sua vida pela liberdade de Timor-Leste", afirmou a embaixadora de Portugal em Díli, Manuela Bairos.
Nino Konis Santana assumiu a liderança da guerrilha timorense, após a captura de Xanana Gusmão, em 1992, e de "Ma'Hunu" (António João Gomes da Costa), em 1993, tendo reorganizado a resistência timorense.
O antigo comandante morreu em 11 de março de 1998 vítima de doença e por falta de assistência médica no município de Ermera, para onde se mudou em 1991 com o objetivo de levar a luta à parte ocidental de Timor-Leste.
Após a sua morte, a liderança passou para Taur Matan Ruak.
"A criação do centro cívico e cultura Konis Santana é ao mesmo tempo uma manifestação da admiração do povo português pelo povo timorense e pela sua resistência heroica e da vontade de preservar de alguma maneira a memória de um dos acontecimentos mais extraordinários do passado humano recente", salientou Manuela Bairos.
Segundo a embaixadora portuguesa, o centro visa criar um espaço onde a comunidade de Tutuala, situada a cerca de 230 quilómetros de Díli, no município de Lautém, possa promover iniciativas cívicas, culturais e recreativas.
Presente na cerimónia, que contou com a presença de vários membros do Governo e antigos guerrilheiros, esteve o vice-primeiro-ministro, ministro coordenador dos Assuntos Sociais e do Desenvolvimento Rural e Habitação Comunitária, Mariano Assanami Sabino, que lembrou que há 27 anos o país perdeu um "grande comandante, um visionário", que "sempre lutou por um Timor-Leste livre e independente".
Em relação ao lançamento da construção do centro cívico e cultural, o vice-primeiro-ministro destacou que vai "promover a cultura, mas principalmente valorizar o legado e a memória do saudoso comandante Nino Konis Santana".
"Que o centro cívico e cultural não seja um espaço que fique ao abandono, mas que seja um espaço de afirmação cultural e de formação e de capacitação dos jovens, mulheres e idosos e de formação de caráter dos mais novos para que possamos mudar a mentalidade para um futuro próspero da nossa Nação", acrescentou o vice-primeiro-ministro.