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Crítica de livros: Estuário, de Lídia Jorge

"Lídia Jorge é muito hábil na forma como ilustra o contraponto das premências. De um lado, os equívocos da ajuda humanitária. Do outro, o desajuste das famílias", escreve Eduardo Pitta

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Eduardo Pitta 22 de junho de 2018 às 16:32

A ficção portuguesa sofreu uma guinada quando Lídia Jorge (n. 1946) publicou o primeiro livro - ao fim de 38 anos, a obra permanece incólume. O título mais recente,Estuário, mantém a pujança inaugural. Dominando na perfeição todos os recursos narrativos, a autora constrói o romance a partir da figura de Edmundo Galeano, jovem regressado do inferno de Dadaab, um dos campos de refugiados que o ACNUR mantém no Quénia, onde "o passado estava a extinguir-se e o futuro surgia com a configuração deprimente de uma civilização alimentada de pó". Edmundo voltou com a mão direita praticamente reduzida ao indicador, mas nem por isso deixou de querer escrever um livro sobre o quotidiano atroz desses povos desapossados. A maior dificuldade era mesmo como chamar-lhe.

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