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Crítica de cinema: Eva

"Mas Eva tem pouco mais a acrescentar. A narrativa torna-se progressivamente inverosímil e o comportamento de Bertrand é insuportável ", escreve Tiago R. Santos

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Tiago Santos 11 de julho de 2018 às 18:00

Bertrand, um prostituto, rouba uma peça de teatro escrita por um cliente que morre com um ataque de coração. Bertrand, o agora dramaturgo, sente-se pressionado pela namorada e pelo seu agente para escrever novo sucesso. Decide isolar-se numa casa nas montanhas onde encontra Eva, uma prostituta, que servirá de inspiração para a sua escrita. O mais interessante neste filme de Benoît Jacquot é a utilização docastingcomo acto subversivo: Isabelle Huppert, aos 65 anos, assume a protagonista e, pela força da sua presença, ninguém a questiona como profissional do sexo - nem o público. MasEvatem pouco mais a acrescentar. A narrativa torna-se progressivamente inverosímil e o comportamento de Bertrand é insuportável - não por culpa de Gaspard Ulliel, que faz o que pode, mas porque o guião (adaptado do romance de James Hadley Chase que Joseph Losey já tinha filmado com Jeanne Moreau) nunca lhe permite sequer humanizar a personagem. Bertrand parece tão vazio como a peça que fingiu escrever.

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