A cerimónia dos Óscares vai ser transmitida em Portugal já na madrugada de este domingo para segunda-feira (a partir das 0h de dia 3 de março na RTP1) mas até lá ainda há filmes nomeados a chegar às salas de cinema portuguesas. Memórias de um Caracol, candidato a vencer o Óscar de Melhor Filme de Animação - concorre, nessa categoria, com Divertida-mente 2, Robot Selvagem, Flow e Wallace & Gromit: Vengeance Most Fowl - chega às salas de cinema portuguesas esta quinta-feira, 27 de fevereiro.
Filme australiano, escrito, produzido e realizado por Adam Eliott - autor do anteriormente elogiado pela crítica Mary & Max - Uma Amizade Diferente (2009) -, Memórias de um Caracol tem a particularidade de ser apenas o segundo nomeado ao Óscar de Melhor Filme de Animação que tem a chamada "classificação R" nos Estados Unidos, uma classificação etária que impede que menores de 16 anos vejam o filme, a não ser que estejam acompanhados por um dos pais ou um "guardião adulto".
Só Anomalisa, de Charlie Kaufman, conseguira a nomeação tendo características que o tornam um filme sobretudo para adultos. Em Portugal, Memórias de um Caracol vai poder ser visto por todas as pessoas com mais de 12 anos, indicou à SÁBADO a distribuidora do filme, Alambique.
Apesar de só agora o filme ter estreia comercial em Portugal, Memórias de um Caracol já foi exibido no País - na edição mais recente, a 49.ª, do festival Cinanima - Festival Internacional de Cinema de Animação, que decorre anualmente em Espinho. Venceu, aí, o grande prémio do festival, a categoria dedicada à competição internacional de longas-metragens. Também no Festival de Animação de Annecy, em França, o filme triunfou.
Já nos prémios Annie, conhecidos como "os Óscares da Animação", Memórias de um Caracol esteve nomeado a Melhor Filme Independente de Animação e ao prémio de melhor escrita e guião de uma produção de animação, mas ambas as categorias distinguiram Flow (como já referido, outro dos nomeados aos Óscares). Já o galardão maior, de Melhor Filme de Animação, premiou Robot Selvagem.
O filme centra-se na "recordação terna e agridoce de uma mulher solitária chamada Grace Pudel, que conta a história da sua vida a um humilde caracol de jardim chamado Sylvia", lê-se na sinopse. Uma vida "pautada por adversidades e perdas", marcada pela "solidão e depressão", lê-se ainda. Citado em comunicado enviado pela distribuidora do filme à imprensa, o realizador Adam Eliott aponta: "Os protagonistas de todos os meus filmes são forasteiros, e os meus temas e narrativas exploram a diferença. Adoro contar histórias repletas de humor e compaixão, reflexões das nossas vidas quotidianas que celebram os momentos de alegria com a escuridão que advém dos desafios da vida. Há mais de 30 anos que tenho um objectivo simples: fazer o meu público rir... e também chorar."