Robert Redford num evento do Festival de Cinema de SundancePhoto by Arthur Mola/Invision/AP
Morreu Robert Redford. O ator de 89 anos ficou conhecido por filmes como Butch Cassidy, Todos os Homens do Presidente, A Golpada,O Último Castelo ou Cavalheiro com Arma. A morte foi anunciada em comunicado por Cindi Berger, citada pelo jornal norte-americano The New York Times.
Durante uma era, Redford foi um dos atores mais desejados de Hollywood pelo seu charme e amplitude: tanto era capaz dos dramas mais melancólicos como das comédias ou até thrillers.
Redford nasceu em Santa Monica, na Califórnia, em 1936. Em entrevista ao New York Times assumiu que foi um delinquente juvenil que passou mais do que uma noite na cadeia. Depois de frequentar a universidade do Colorado, rumou à Europa para estudar na École de belas-artes de Paris, esperando seguir pintura.
Em 1963, já de volta aos Estados Unidos, estreia-se na Broadway com Descalços no Parque. Quatro anos depois participa na adaptação a cinema, realizada por Gene Sacks e, um ano depois, viria o seu primeiro grande papel em Butch Cassidy and the Sundance Kid - Dois Homens e um Destino em que interpretou o carismático fora da lei Harry Alonzo "Sundance Kid" Longabaugh.
Mais tarde seria Jay Gatsby na adaptação de Jack Clayton - a crítica trucidou-o - e em 1976 foi Bob Woodward em Todos os Homens do Presidente, de Alan J. Pakula, um dos grandes papéis da sua carreira. Trabalhou também com Sydney Pollack (As Brancas Montanhas da Morte, Os Três Dias do Condor, O Cowboy Eléctrico, entre outros) que viu em Redford o ideal do protagonista masculino e que com ele colaborou extensivamente. Se Redford foi um dos atores que marcou as décadas de 70 e 80 foi, em parte, graças à lente de Pollack.
Redford recebeu o Óscar de Melhor Realizador pelo filme Gente Vulgar, de 1980. Como realizador somou sucessos e fracassos, mas o maior sucesso atrás das câmaras foi com o filme Quiz Show, sobre o escândalo televisivo da década de 1950 que também influenciou o romance de Philip Roth, Zuckerman Unbound.
Mais tarde na carreira foi um dos propulsores do movimento de cinema independente no Sundance e um ativista pelas questões climáticas. Juntou esse amor pelo cinema independente e pelas causas e centenas de documentários sobre temas difíceis e fraturantes.
Um dos últimos papéis da sua vida foi com o charmoso Cavalheiro com Arma, de David Lowery (2018), onde já era notória a fragilidade física que vem com a idade. Retirou-se para a sua casa no Utah para aproveitar o fim da vida na sua casa de sempre.