Ao longo de quase duas décadas trabalhou com cineastas como Alberto Seixas Santos, Sérgio Tréfaut, Miguel Gonçalves Mendes e João Onofre.
A montadora de cinema Patrícia Saramago, que esteve na edição de filmes como "No Quarto de Vanda", de Pedro Costa, morreu, anunciou a Academia Portuguesa de Cinema, sem indicar data nem local.
Para a academia, trata-se de "um desaparecimento, inesperado e prematuro", que representa "uma perda profunda para o cinema português", segundo a mensagem publicada na página oficial da rede social Facebook.
Patrícia Saramago nasceu em Lisboa, em 29 de outubro de 1975, e formou-se pela Escola Superior de Teatro e Cinema, entre 1993 e 1996, segundo a sua biografia disponível no 'site' dos Encontros de Cinema da Associação Luzlinar e na International Movie Data Base (IMdB).
O seu trabalho foi essencialmente o de montadora, em que se especializou, mas no cinema foi também assistente de realização e anotadora, em diferentes produções, e atriz pontual em "A Portuguesa", de Rita Azevedo Gomes, e "Tentação", de Joaquim Leitão.
Ao longo de quase duas décadas trabalhou com cineastas como Alberto Seixas Santos, Sérgio Tréfaut, Miguel Gonçalves Mendes e João Onofre.
Entre os muitos projetos que marcaram a sua carreira, a academia destaca "No Quarto de Vanda" (2000) e "Ne Change Rien" (2009), de Pedro Costa, "Frágil Como o Mundo" (2001) e "A Portuguesa" (2018), de Rita Azevedo Gomes, "Com Que Voz (2009), de Nicholas Oulman, "Estive em Lisboa e Lembreime de Você" (2015), de José Barahona, "Vadio - I Am Not a Poet", de Stefan Lechner, e "Kutchinga" (2021), de Sol de Carvalho.
As 'curtas' "Les Habitants", de Maureen Fazendeiro, e "Nabia", de Sabrina D. Marques, ambas de 2025, apresentam-se como os seus últimos trabalhos.
Patrícia Saramago fez parte da equipa de "Deserto Particular", do realizador brasileiro Aly Muritiba, candidato do Brasil a uma nomeação para o Óscar de Melhor Filme Internacional, em 2022.
"Com obras tão variadas e com uma presença discreta, mas vital, por detrás das câmaras, Patrícia Saramago ajudou a dar forma, ritmo e voz a histórias que nos tocam. O seu percurso dedicado à arte da montagem deixa memória e inspiração", conclui a Academia.