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Um motor da competitividade

Mais do que uma ferramenta de aprendizagem, a formação executiva é um catalisador de inovação, liderança e coesão intergeracional nas organizações portuguesas.

25 de setembro de 2025 às 09:29
A formação executiva em Portugal tem vindo a assumir um papel central na valorização do capital humano e na resiliência das organizações. Cristina Rodrigues, administradora-delegada da , afirma que “é inquestionável que a formação executiva é uma das principais ferramentas para gerir, de forma mais eficaz, os contextos mais complexos e incertos”. Segundo a responsável, os programas de educação executiva permitem elevar níveis de sucesso tanto no âmbito individual como empresarial, consolidando competências e promovendo a agilidade das equipas.

A experiência da Capgemini mostra que este tipo de formação é reconhecido internamente como critério essencial na atração e retenção de talento, mas também como preparação para assumir funções de maior responsabilidade. “Valorizamos de sobremaneira o conhecimento e as experiências decorrentes da formação executiva, nomeadamente no que diz respeito à partilha de experiências e ao networking. Dois aspetos que concorrem para potenciar as competências, quer no recrutamento de profissionais, quer na organização de programas executivos desenvolvidos em parceria com diferentes escolas de negócio.” Neste contexto, a educação executiva não é apenas uma ferramenta de desenvolvimento técnico ou académico, mas uma alavanca estratégica para líderes que precisam de se adaptar a mercados em constante mudança e a cadeias de valor fragmentadas. Competências como a adaptabilidade, a inteligência emocional e a capacidade de motivar equipas são hoje consideradas essenciais, e são destacadas por Cristina Rodrigues. “Em primeiro lugar, a inteligência emocional será determinante para proporcionar uma liderança mais humanizada e efetiva; paralelamente, a adaptabilidade, uma competência que, diria mesmo, é obrigatória nos nossos dias; por último, será essencial saber motivar e inspirar as equipas, independentemente da incerteza”, enumera a especialista.

Valorizamos de sobremaneira o conhecimento e as experiências decorrentes da formação executiva, nomeadamente no que diz respeito à partilha de experiências e ao networking. Cristina Rodrigues Freitas, administradora-delegada da Capgemini Portugal

Intergeracionalidade e inovação como vantagem O envelhecimento da população e a presença de múltiplas gerações no mercado de trabalho reforçam a importância de programas executivos adaptáveis e inclusivos. De acordo com Cristina Rodrigues, a intergeracionalidade não é apenas um desafio, mas também uma oportunidade de inovação: a troca de experiências entre gerações promove perspetivas mais completas, colaboração e empatia. A própria forma de aprender varia conforme a geração: estudos recentes indicam que mais de 60% da geração Y prefere plataformas digitais para aprendizagem, enquanto apenas 35% dos baby boomers partilham essa preferência. Esta diversidade obriga os programas executivos a combinar múltiplos formatos de ensino, conciliando tecnologia e experiências presenciais. Além disso, a educação executiva torna-se determinante na preparação de líderes para ambientes híbridos e remotos. Cristina Rodrigues sublinha que liderar à distância exige comunicação clara, confiança e práticas inclusivas. “Além disso, é ainda crítico que a liderança seja visível e presente, garantindo o walk the talk e o exemplo face aos valores e cultura de empresa pretendidos”, refere a especialista. Vantagem competitiva para o País Mas o impacto da educação executiva estende-se para além das organizações individuais, refletindo-se diretamente na competitividade e inovação nacional. Marta Ferreira, coordenadora executiva da Portucalense Business School, reforça que temos a responsabilidade de “formar capital humano capaz de gerar impacto direto nas organizações e, consequentemente, na competitividade do País”. Também José Crespo de Carvalho, presidente do Iscte Executive Education, acredita que a educação executiva “deve ser um motor de mudança para as empresas e um fator crucial na criação de uma economia mais inovadora e sustentável”.

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