A Moody"s não canta: encanta-se com os interesses dos seus accionistas.
É a Viúva Negra que mata sem remorsos ou pesadelos. Os Moody Blues cantavam: "Nights in white satin, never reaching the end". A Moody's só conta os dólares. Não sabe cantar. E só vê o que quer ver. Por isso transformou-se, em três anos, de mãos largas em mãos de tesoura. Nada a opor: cada um segundo as suas necessidades. Agora não se diga que a Moody's analisa segundo as leis de mercado. O Governo de Pedro Passos Coelho, acreditava nisso, por motivos ideológicos. Escusa de se penitenciar: para a Moody's é indiferente que os portugueses sejam aliviados de metade do seu subsídio de Natal ou que o Estado deixe as "golden shares". A Moody's é paga para ser o escorpião da nova economia: mata quem a transporta. É por isso que o euro é a sua vítima, não por motivos racionais para quem pensa segundo eles, mas apenas pelo lucro imediato. Portugal colocou-se de forma leviana a jeito da sua picada mortal. Teremos de viver com isso. Não é por sermos convictamente liberais e defensores da economia de mercado que a Moody's nos deixará livres. Neste mundo quem não mata, morre. O Governo defronta-se com um dilema que o ultrapassa. Nunca será mais rápido que a sua própria sombra. Só Lucky Luke o era. E a sombra de Portugal é a Moody's. Ela é o poço sem fundo que a Europa vai enchendo de dinheiro porque não tem força política para a combater e manietar. Tudo isto é estúpido, mas não é Fado. O filósofo alemão Schiller dizia: "contra a estupidez até os deuses lutam em vão". A atitude da Moody's é estúpida e é vã mas não é inocente.
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Talvez não a 3.ª Guerra Mundial como a história nos conta, mas uma guerra diferente. Medo e destruição ainda existem, mas a mobilização total deu lugar a batalhas invisíveis: ciberataques, desinformação e controlo das redes.
Ricardo olhou para o desenho da filha. "Lara, não te sentes confusa por teres famílias diferentes?" "Não, pai. É como ter duas equipas de futebol favoritas. Posso gostar das duas."