
Governo moçambicano autoriza registo de partido de Venâncio Mondlane
O ex-candidato presidencial anunciou em 07 de agosto que alterou a designação do seu partido, passando de Anamalala para Anamola, após pedido do Governo.
O ex-candidato presidencial anunciou em 07 de agosto que alterou a designação do seu partido, passando de Anamalala para Anamola, após pedido do Governo.
Em causa está o facto de o apoiante de Mondlane, Joel Amaral, ter sido baleado no domingo.
Anamalala é uma expressão da língua local macua, da província de Nampula, no norte de Moçambique, com o significado de "vai acabar" ou "acabou", usada pelo antigo candidato presidencial Venâncio Mondlane durante a sua campanha eleitoral .
O ex-candidato presidencial não faz qualquer declaração pública desde quarta-feira, quando a polícia moçambicana disparou para dispersar uma multidão que seguia uma caravana liderada pelo político.
Ex-candidato presidencial exigiu 25 medidas às autoridades moçambicanas para os próximos três meses, prometendo protestos intensos caso não sejam cumpridas.
Daniel Chapo prometeu várias mudanças, entre as quais a redução do número de ministérios, a valorização dos serviços públicos, a transformação do sistema educativo, a responsabilização dos funcionários públicos, a criação de novas entidades na gestão da administração pública.
Investidura será feita pelas 10h40, após a entrega dos símbolos do poder pelo presidente cessante, Filipe Nyusi, à presidente do Conselho Constitucional, Lúcia Ribeiro.
O politólogo José Filipe Pinto diz que enviar o chefe da diplomacia nacional à tomada de posse de Daniel Chapo é uma decisão "sensata", que "não passa uma esponja sobre as alegadas irregularidades".
O projeto de resolução da Iniciativa Liberal foi aprovado com o voto contra do PCP, a abstenção do PS, PSD e CDS-PP e os votos favoráveis do Chega, IL, BE e Livre.
Confrontos entre a polícia os manifestantes já provocaram quase 300 mortos e mais de 500 pessoas baleadas desde 21 de outubro, segundo organizações da sociedade civil que acompanham o processo.
Em causa está a morte de pelo menos 33 pessoas, na sequência da evasão de 1.534 reclusos de dois estabelecimentos penitenciários localizados na província de Maputo.
Desde 21 de outubro, quando começou a contestação ao processo em torno das eleições gerais de 9 de outubro, o registo da plataforma eleitoral Decide contabiliza 586 pessoas baleadas, além de 277 mortos e 11 desaparecidos.
Ainda desde segunda-feira, a ONG Decide contabilizou 224 pessoas baleadas, das quais 59 na cidade de Maputo e 37 na província de Maputo, bem como 43 em Nampula e 65 em Sofala.
Protestos e desacatos seguiram-se à proclamação, pelo Conselho Constitucional de Moçambique, de Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), como vencedor da eleição a Presidente da República, com 65,17% dos votos.
Proclamação dos resultados eleitorais pelo Conselho Constitucional levou esta segunda-feira o caos às ruas em diversos pontos, com feridos a tiro e um rastro de destruição ainda por calcular.
Moçambique vive desde 21 de outubro sucessivas paralisações e manifestações de contestação dos resultados das eleições gerais de 09 de outubro.