A noite que ninguém viu
Acompanhámos o líder do Chega e o seu núcleo restrito de dirigentes na noite eleitoral. Revelamos quanto é que os dois maiores laboratórios do País ganharam com a pandemia. E fomos visitar a empresa de Guimarães que lidera a produção ibérica de kiwis.
André Ventura passou a noite eleitoral no piso dois de um hotel, longe do olhar de jornalistas e militantes. De todos? Não. O repórter Alexandre R. Malhado acompanhou a contagem dos votos nos bastidores, junto do núcleo restrito de dirigentes nacionais do Chega que iam comendo pizza, arroz-doce e brindando com gin, vinho e cerveja conforme iam saindo os resultados que deram ao partido 12 deputados para a próxima legislatura. Ao fim da noite, após um discurso eufórico, Ventura refugiou-se com a mulher no quarto 234 onde ainda se deixou fotografar pela fotojornalista Mariline Alves.
Uma estrela na noite eleitoral
Na mesma noite, a editora executiva Maria Henrique Espada esteve com a Iniciativa Liberal e percebeu que, ao contrário dos líderes do PSD, PAN, Livre e Chega, João Cotrim de Figueiredo levou para o quartel-general do partido uma das estrelas da campanha no Twitter: a cadela Bala. O animal cirandou pelo espaço, posou para a SÁBADO e acabou por desaparecer – a sala cheia era pouco própria para uma cadela, mesmo uma chamada Bala.Os barões dos laboratórios
A subeditora Sara Capelo visitou as sedes dos dois maiores laboratórios nacionais – Germano de Sousa e Joaquim Chaves –, que ganharam milhões de euros com a pandemia em ajustes diretos do Governo para os testes Covid. Ambas as empresas tiveram de passar por um processo de adaptação para responder às necessidades. A Joaquim Chaves Saúde mudou-se, em plena pandemia, para um novo edifício em Carnaxide, depois de um investimento de 13 milhões de euros. Naquele novo espaço e com aparelhos de última geração, conseguiu realizar 15 mil testes PCR diários à Covid-19.
O rei do kiwi
É provável que o leitor nunca tenha ouvido falar em Vítor Araújo. Mas é muito provável que já tenha comido um dos kiwis que saem das terras da Kiwi Greensun, a empresa criada na década de 80, em São Salvador de Briteiros, Guimarães. Na época, aquela foi uma aventura arriscada uma vez que o kiwi era então um fruto desconhecido. Mas a firma cresceu até alcançar o estatuto de maior produtor da Península Ibérica – e quer continuar a crescer. Já Vítor Araújo, que se move entre o fruto desde pequeno, garante que não enjoou e contou à jornalista Filipa Teixeira que não passa um dia sem comer um kiwi.
Boa semana.
Nove breves notas sobre as eleições europeias
A vitória de Pedro Nuno e Cotrim de Figueiredo, a derrota de Ventura, Catarina Martins e João Oliveira e o truque de Luís Montenegro
Seis notas rápidas sobre os resultados eleitorais
A vitória curta da AD. A queda estrondosa do PS. A noite de glória do Chega. O adulto da sala da esquerda. E o fenómeno dos 100 mil votos num partido inexistente.
Um elogio que soube a poucochinho
Na passagem de testemunho, António Costa não conseguiu melhor do que elogiar a idade de Pedro Nuno Santos. Foi pouco. Mas mostrou, com entusiasmo, que continua longe da reforma
Um Estado doente
Pedro Nuno Santos representa a continuidade de tudo o que está em causa na crise que levou à queda do Governo: a informalidade, a gestão irresponsável dos recursos do Estado, a desvalorização dos comportamentos ou a ocupação pelo PS de cargos no aparelho do Estado.
O cenário negro
E se nos cinco meses até à eleição e tomada de posse do novo governo o Supremo Tribunal de Justiça arquivar o inquérito a António Costa?
Edições do Dia
Boas leituras!