António Costa veio dizer há dias que não quer cair num "impasse à espanhola". Tem toda a razão. Os espanhóis não conseguem formar um governo estável desde que Mariano Rajoy e o Partido Popular foram despachados, em 2018, por um misto de esgotamento político e de escândalos que colocaram a mixórdia da corrupção, do financiamento partidário, do abuso de poder em cima da mesa, ao mesmo tempo que o nacionalismo catalão fazia emergir a força bruta das "duas Espanhas", como ainda não se tinha visto em democracia. Daí para cá, a direita espanhola pulverizou-se em duas forças políticas, PP e Ciudadanos, cuja incapacidade de entendimento abriu caminho à extrema-direita e ao despertar de velhos fantasmas do franquismo. 

Um albergue espanhol

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