Rui Catalão foi jornalista e depois começou a fazer teatro, mas não como ganha-pão: "Foi para me descobrir e para explorar esse laboratório que é o palco. Se estivesse interessado em fazer algo para as pessoas gostarem, acho que preferia vender gelados." Foi assim que explicou aoGPS- a propósito da estreia do seu novo espectáculo,Assembleia, esta sexta-feira, 24, no Teatro Maria Matos, em Lisboa - porque é que enveredou por um teatro não convencional, que parte de interacções com gente real (nomeadamente, em oficinas e reuniões abertas às comunidades) e está aberto à participação do público. E se ninguém alinhar ou acabar tudo aos gritos? Catalão está tranquilo, porque "nada é mais fácil de manipular do que um público", além de que a peça não depende disso: cumpre-se, mesmo que ninguém participe e há regras que lhe garantem o controlo, bem como ritmos de uma peça convencional. Quais? "Não se pode responder sim ou não nem se pode dar a opinião ou tomar partido."