Serendipidade, aquela palavra que surge tatuada em alguns pulsos para relembrar que há coisas boas que acontecem por acaso. "Às 16h vem cá um serviço de estética fazer-te as unhas, está bem?" Depois de estranhar se a pergunta seria para mim, confirmou-se. Duas das cinco raparigas da secção tinham manicures irrepreensíveis, a terceira teima em não remover o "gelinho" que preserva há quatro semanas e a quarta prefere manter na lembrança a única vez em que arranjou as mãos: quando se casou. Dois dos rapazes estavam embrenhados com os textos em dia de fecho de edição e outro, roedor compulsivo, mal tem unhas para arranjar. O acaso tornou-se uma escolha de recurso, sim, mas não faz mal.