As fotografias do artista Ângelo de Sousa (1938-2011) vão ser reunidas em livro pela primeira vez, numa edição de colecionador bilingue com 624 páginas, anunciou esta sexta-feira a editora Tinta da China.
Oito livros de fotografia são reunidos numa caixa intituladaÂngelo de Sousa - Cadernos de Imagens, em português e inglês, com coordenação editorial do professor e curador Sérgio Mah.
Os cadernos contêm as mais importantes séries de fotografia criadas por Ângelo de Sousa, considerado um dos mais destacados artistas portugueses contemporâneos, "configurando um outro olhar sobre a obra de uma personalidade extraordinária que se desmultiplicou por várias disciplinas", segundo a editora.
Desenho, pintura, escultura e filme foram alguns suportes de eleição para a criação da sua arte, que encontrou também na fotografia um campo importante de possibilidades criativas.
Ângelo de Sousa nasceu em 1938, em Lourenço Marques, Moçambique, e morreu no Porto, em 2011, onde viveu e trabalhou desde 1955. Fez o curso de Pintura na Escola Superior de Belas Artes do Porto, frequentou a St. Martin's School of Art, a Slade School of Fine Art, em Londres, e integrou o grupo Os Quatro Vintes, em 1968.
O artista venceu, em 1975, o Prémio Internacional da Bienal de São Paulo, fez parte da exposição coletiva "Arte Portuguesa Contemporânea", no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris (1976), e teve duas retrospetivas de desenho/pintura (1993) e de filme/fotografia (2001), no Museu de Arte Contemporânea de Serralves, no Porto, e mais duas retrospetivas de desenho (2003) e de escultura (2006), na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
No início deste ano, a delegação da Fundação Calouste Gulbenkian em Paris inaugurou a primeira exposição individual do artista na França, intituladaÂngelo de Sousa - La Couleur et Le Grain Noir des Choses (A Cor e o Grão Negro das Coisas), sobretudo com trabalhos de pintura e fotografia, com curadoria de Jacinto Lageira, que estará patente até 16 de abril.
Cadernos de Imagens é uma iniciativa do Núcleo de Estudos Ângelo de Sousa em parceria com a Tinta da China e as Éditions Loco (França), com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian.
