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Crítica de Cinema: Em Chamas

"É das melhores cenas do cinema recente", escreve o crítico

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Tiago Santos 23 de maio de 2019 às 17:21

É das melhores cenas do cinema recente. Shin Hae-min, Lee Jong-su e o enigmático Ben, o mesmo que pouco depois vai admitir incendiar estufas como hobby, estão no pátio da casa onde ela cresceu e olham para o sol que começa a desaparecer no horizonte. Acendem um charro, passando-o entre eles, e no rádio do carro ouvem-se os primeiros acordes de Générique, de Miles Davis. Ela levanta-se, Jong-su olha-a com aquela expressão em que desejo e desespero se confundem, a luz está mais baixa agora e os corpos transformam-se aos poucos em silhuetas. Hae-min levanta os braços e tira a camisola e osoutien, há uma bandeira da Coreia do Sul que dança ao vento e mesmo que as imagens não tenham temperatura, temos a certeza de que a brisa é quente. As mãos dela juntam-se na forma de uma pomba que se transforma numa dança nua onde não existe distância entre a sensação de liberdade e a absoluta tristeza. A música termina. Ela chora. Mais tarde, desaparecerá, deixando Jong-su perdido à procura de respostas. A cena, brilhante e bela, estabelece de forma subtil duas das principais motivações dos homens: a frustração sexual e a luta de classes. E põeEm Chamasna lista dos melhores filmes de 2018.

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