Terrence Malick vai fazer um filme sobre indie-rock e a cena musical de Austin, Texas - disse-se, escreveu-se e comentou-se, um pouco por todo o mundo, nos últimos dois anos. Parecia simplista para a carreira de um cineasta desconcertante, que tem suscitado amor e ódio do público e da crítica, em quase igual medida. Confirma-se: de facto,Música a Música, o novo filme do realizador norte-americano, que chega esta quinta-feira, 11, aos cinema nacionais, não é sobre os meandros do mundo da música, mas um filme com a música em pano de fundo. Ou - como escreveu recentemente a conceituada publicação musicalPitchfork, não sem alguma amargura - "a história tem pouco a ver com as artes de escrita e performance" musical, sendo antes "uma variação menor do tema preferido de Malick: o poder do amor e da espiritualidade como instrumentos de transcendência, face às maldições que ameaçam a vida, como a ambição e a ganância". A esta opinião juntou-se a da revistaRolling Stone, que refere que este Música a Música "toca todas as notas erradas", e opuseram-se as doThe Guardian,The IndependenteThe New York Times, que adoraram o filme.