Sábado – Pense por si

Crítica de cinema: Loveless - Sem Amor

O realizador Andrey Zvyagintsev afirma-se a cada projecto como um dos mais interessantes autores contemporâneos, escreve o nosso crítico. Loveless- Sem Amor está nomeado para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro

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Edição de 5 a 11 de agosto
Tiago Santos 02 de fevereiro de 2018 às 09:30

Há um momento em que Boris e Zhenya, o casal de classe média que ainda partilha um apartamento onde discutem os dias que restam até ao desejado divórcio - ela já está numa relação com um homem mais velho e rico; ele tem uma namorada com quem espera um filho -, ouvem na rádio que uma profecia de um culto maia prevê o fim do mundo para os próximos dias. Nada de tão drástico acontece emLoveless - Sem Amor, este extraordinário filme de Andrey Zvyagintsev nomeado para Óscar de Melhor Filme Estrangeiro, o mesmo que já tinha realizado Leviathan(uma obra-prima) e que se afirma a cada projecto como um dos mais interessantes autores contemporâneos. Mas talvez seja isso o mais assustador: o colapso da civilização não será espectacular nem explosivo; a nossa derrota estará marcada no rosto de Alyosha, o rapaz de 12 anos que se esconde na casa de banho enquanto ouve os gritos dos pais que não o desejam. A revelação do seu choro silencioso, num plano inesquecível, é imensamente perturbadora e assombra o resto do filme, manchando o futuro que os protagonistas acreditavam ser promissor.

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