São sempre banais as palavras de quem ama", começa por escrever Lídia Jorge no catálogo da exposiçãoLoulé: Territórios, Memórias, Identidadesque inaugura a 21 de Junho no Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa, e que parte de uma iniciativa conjunta entre este museu e o Municipal de Loulé. A dificuldade da escritora prende-se com a descrição da cidade algarvia em que nasceu. "Aqui, tudo fala de um tempo antes da História, em que a África estava unida à Europa, e ao mesmo tempo tudo esconde", continua. São sete mil anos que vão estar em exposição numa mostra que começa na Pré-História e termina na Idade Média. Ao longo de 15 meses, uma equipa de 50 pessoas trabalhou para revelar artefactos, esculturas, mosaicos e objectos, num total de 504 peças (que inclui, por exemplo, um menir totalmente gravado ou uma queijeira da pré-história).