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Arqueólogos reescrevem História de Abrantes

Descoberta surpreendente: trabalhos revelam pinturas murais do século XV e uma torre islâmica do século IX no castelo da cidade

04 de agosto de 2015 às 15:00

Frescos do século XV, uma torre islâmica do século IX e mais uma série de "achados" – que incluem, entre outros, ossadas junto de um possível templo em honra do deus Mercúrio, moedas e munições para canhões dos tempos napoleónicos – foram recentemente encontrados no castelo de Abrantes, em resultado de resultaram de trabalhos arqueológicos ali realizados e que vão permitir "reescrever a História" desta cidade, situada num morro, banhada pelo rio Tejo e cujo centenário se comemora a 14 junho de 2016, embora tenha registos históricos de ocupação com mais de sete mil anos. 

As escavações arqueológicas, feitas no âmbito da terceira campanha de escavações aprovada em 2013 pela Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC), decorreram nos meses de Junho e Julho, e tinham por objectivo obter informações sobre a ocupação proto-histórica, romana e islâmica, bem como conhecer as obras de fortificação da Idade Moderna, em trabalhos multidisciplinares desenvolvidos pelas equipas de arqueologia e património da Câmara de Abrantes e do projecto do Museu Ibérico de Arqueologia e Arte (MIAA).

 

Os frescos encontrados na parede esquerda do altar-mor, por detrás do túmulo de D. Lopo de Almeida, na Capela da Igreja de Santa Maria do Castelo, templo quatrocentista classificado como Monumento Nacional localizado no interior da fortificação, (local onde D. João I reuniu o Conselho de Guerra a 6 de Agosto de 1385 para a Batalha de Aljubarrota), foram datados como sendo da primeira metade do século XV pelos investigadores do Laboratório Hércules, e apresentam afinidades estilísticas com a pintura de S. Francisco de Leiria e a da capela do Palácio da Vila, em Sintra.


Outra descoberta que os investigadores e arqueólogos destacam é uma torre islâmica em tijolo de adobe (barro, material perecível que raramente sobrevive à passagem do tempo), um reforço defensivo das torres islâmicas, que será do século IX. Os recentes achados arqueológicos, no interior e nas imediações do castelo de Abrantes, deram um novo impulso à ideia da autarquia de construir um modelo de regeneração urbana com base num "centro cultural a céu aberto", a incluir a sede do Museu Ibérico de Arqueologia e Arte, que se distribuirá por vários pontos da cidade, num investimento global na ordem dos 14 milhões de euros.

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