Secções
Entrar

Presidenciais. Medialivre admite avançar na justiça para alargar debates a todos os operadores

Lusa 17 de novembro de 2025 às 10:33

Carlos Rodrigues, disse que o que está em causa é uma ação judicial para execução da deliberação da ERC.

A Medialivre, dona da CMTV, do Now e da SÁBADO, admite avançar com uma ação judicial para que se cumpra a deliberação da entidade reguladora que defende o alargamento dos debates das presidenciais a todos os canais.
Pedro Catarino/Medialivre
Em declarações à Lusa, o diretor-geral editorial da Medialivre, Carlos Rodrigues, disse que o que está em causa é uma ação judicial para execução da deliberação da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC). “É uma deliberação que intima o RTP, SIC e TVI, que são os autores de uma estratégia de cartelização dos debates e de mercantilização do debate eleitoral, no caso, do debate eleitoral presidencial”, afirmou Carlos Rodrigues, insistindo que, na deliberação, a ERC “intima esses operadores a abrirem a outros operadores, nomeadamente, no caso, à CMTV e à Now”. O diretor-geral disse ainda que, do lado da Medialivre, “nada será feito para que não haja debate”, pelo contrário: “nós queremos é que haja o máximo de debates possível e queremos que sejam o mais participados e o mais assistidos possível, ou seja, que cheguem a mais portugueses”. Na sexta-feira, na sequência de uma queixa da Medialivre, a ERC decidiu “recomendar (…) aos operadores RTP, SIC e TVI que o modelo de organização de debates para as eleições presidenciais de 18 de janeiro de 2026 compreenda a articulação com outros operadores relevantes que pretendam contribuir para o alargamento do espaço informativo”. Contactados pela Lusa, tanto a TVI como a SIC entenderam a deliberação da ERC como uma recomendação, lembrando que o regulador “não coloca em causa a proposta feita, e aceite pelas candidaturas, por parte dos três operadores de sinal aberto". Na argumentação enviada à ERC, os operadores consideraram ainda que o acordo entre TVI, SIC e RTP não compreende qualquer exclusividade de debates nem imposição aos candidatos e que outros operadores são livres de promoverem as iniciativas que entenderem. Na sua argumentação, a SIC considerou que o modelo de debates adotado em conjunto com a RTP e a TVI “resulta do exercício da liberdade editorial e que visa maximizar a difusão e o pluralismo informativo, garantindo a transmissão dos debates em sinal aberto e de forma acessível ao público em geral”. Entende a SIC que “nenhuma disposição legal impõe a coorganização obrigatória de debates entre todos os operadores, nem confere a um concorrente o direito subjetivo de integrar formatos alheios”, lembrando que a Medialivre “conserva plena liberdade de organizar os próprios debates, entrevistar candidatos e cobrir jornalisticamente as eleições presidenciais, nos termos em que o faz e sempre o fez”. Já a Medialivre entende que esta deliberação da ERC é para cumprir. “Nós estamos do lado da razão. Nós temos um texto da CNE, um texto da ERC a dar-nos razão (…). O que nós pugnamos é que os debates sejam mais participados, mais vivos e, sobretudo, cheguem a mais pessoas”, afirmou Carlos Rodrigues. O ciclo de 28 debates presidenciais anunciados para decorrer nos três canais generalistas ? RTP, SIC e TVI – tem arranque agendado para este domingo, com o frente a frente, na TVI, entre André Ventura, líder do Chega, e António José Seguro, apoiado pelo PS.
Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela