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Oncologia em Portugal: uma abordagem cada vez mais multidisciplinar

A evolução do conhecimento das doenças oncológicas permite à comunidade um tratamento cada vez mais multidisciplinar.

10 outubro 2022 10:55

Considerada a segunda causa de morte em Portugal, o cancro é ainda uma doença de grande peso, quer para o doente oncológico, quer para as esferas que o rodeiam. Rastreios generalizados, diagnóstico precoce e tratamentos pensados para cada caso em específico são algumas das formas de melhorar as expectativas e evitar cancros incuráveis. A Joaquim Chaves Saúde destaca-se como centro de tratamento e generalizou a presença de gestor do doente oncológico. Estivemos à conversa com Francisco Paralta Branco, coordenador de Oncologia Médica do grupo, e Maria Cabral, gestora do doente oncológico, que nos explicaram a evolução da doença, as expectativas futuras e o papel preponderante do gestor do doente oncológico como facilitador do processo.

Francisco Paralta Branco, coordenador de Oncologia Médica do grupo Joaquim Chaves Saúde

Como evoluiu o cancro em Portugal nas últimas décadas?

Tem-se observado, nas últimas décadas, um aumento significativo da incidência das doenças oncológicas a nível global e, como não poderia deixar de ser, também em Portugal. Muito se deve ao aumento da esperança média de vida, mas também a fatores ambientais e hábitos de vida.

Atualmente, o cancro já representa a segunda causa de morte em Portugal, logo a seguir às doenças cardiovasculares, com cada vez maior impacto social, económico e psicológico. Se dividíssemos as doenças cardíacas (enfarte agudo do miocárdio, entre outras doenças do foro cardíaco) das doenças vasculares (AVC, entre outras do foro vascular), o cancro seria a principal causa de morte em Portugal.

Quais os cancros mais comuns em Portugal?

No sexo feminino, em Portugal, a doença oncológica com maior incidência é o cancro da mama, e, no sexo masculino, o cancro da próstata, ao que se segue o cancro colorretal e do pulmão, independentemente do género.

Estudos recentes mostram que 25% da população portuguesa corre o risco de ter cancro até aos 75 anos e 10% desses casos devem ser fatais. É possível ter comportamentos que previnam o cancro? Pode dar alguns exemplos?

A etiologia do cancro é multifatorial. Em determinadas doenças oncológicas existem fatores ambientais e comportamentais com uma ligação direta à carcinogénese, tais como o tabaco, nos cancros do pulmão, cabeça e pescoço, esófago e bexiga; a obesidade, no carcinoma da mama e endométrio; a infeção por HPV, no cancro do colo do útero e garganta; o álcool, no cancro do fígado; entre muitos outros.

Estilos de vida saudáveis são sempre fortemente recomendados quando falamos em prevenção do cancro. Atividade física, cuidados alimentares, redução de hábitos alcoólicos e cessação tabágica são fatores de risco modificáveis e que estão ao alcance de todos. Vigilância médica regular e realização dos rastreios recomendados também permitem um diagnóstico precoce ou mesmo evitar o desenvolvimento de neoplasias, como o cancro do colo do útero e do cólon.

Na população sénior, a probabilidade de contrair cancro é 11 vezes maior. É o cancro uma doença natural do envelhecimento?

Sabemos já há muito que a probabilidade do desenvolvimento de doenças oncológicas aumenta com o avançar da idade. O cancro é uma doença associada ao envelhecimento. O envelhecimento das células leva à acumulação de alterações genéticas que, por sua vez, pode dar origem a células com capacidade de crescimento descontrolado e capacidade de proliferação para outros órgãos.

Os avanços científicos na investigação médica são uma realidade. Num futuro próximo, será possível todos os cancros terem tratamento ou tornarem-se em doenças crónicas?

Hoje, conseguimos compreender o cancro de uma forma muito mais precisa, o que levou, nos últimos anos, ao desenvolvimento exponencial no tratamento das doenças oncológicas. Atualmente, já muitas destas doenças têm cura, no entanto ainda há muitos doentes em que o diagnóstico é feito numa fase avançada da doença. Em muitos destes casos, a evolução das novas terapêuticas oncológicas tem permitido o aumento significativo da esperança de vida. Podemos assim falar do cancro como uma doença crónica.

Um dos grandes problemas do cancro é a falta de sintomas e de sinais. Que papel desempenham os rastreios e o que é necessário fazer para os aumentar? Quantos rastreios fazem por ano?

O principal objetivo dos exames de rastreio é permitir um diagnóstico em doenças que ainda não apresentam nem sinais nem sintomas (doenças subclínicas), com impacto muito significativo na morbilidade e mortalidade por cancro. O seu papel já está bem estabelecido nos cancros da mama, colorretal e colo do útero e é, por isso, fortemente recomendado.

Há vários anos que a Joaquim Chaves Saúde é reconhecida a nível nacional pela capacidade de realização de todos os exames complementares de diagnóstico e de rastreio de doenças oncológicas. Atualmente, a nossa aposta tem incidido também no diagnóstico, estadiamento e tratamento deste grupo de doenças.

Como tem evoluído a oncologia médica no grupo?

A Joaquim Chaves Saúde é o maior prestador de serviços privado de radioncologia (radioterapia) a nível nacional há vários anos e a oncologia médica era já uma especialidade presente. Com a abertura da Clínica Cirúrgica de Carcavelos, foi-nos possível trazer o tratamento cirúrgico oncológico para o nosso grupo, criando a possibilidade de multidisciplinaridade, essencial na abordagem do doente oncológico.

A reorganização destas especialidades, juntamente com uma maior interação com as especialidades de diagnóstico e apoio ao doente oncológico, permite que hoje sejamos uma equipa coesa e ativa, que reúne todas as valências necessárias para o diagnóstico, tratamento e seguimento do doente com cancro, segundo as melhores recomendações nacionais e internacionais. Diria que é um diagnóstico, tratamento e seguimento das doenças oncológicas rápido, integrado e completo, ou seja, uma oncologia 360°.

Quais são as valências de oncologia médica de que dispõe?

Na Joaquim Chaves Saúde, a oncologia médica tem um papel central na abordagem, tratamento e acompanhamento do doente oncológico. Fazemos consultas de rastreio, aconselhamento de risco oncológico, seguimento do doente em tratamento e consultas de vigilância. No Centro Oncológico Dr.ª Natália Chaves realizam-se todos os tipos de tratamentos sistémicos antineoplásicos, desde a clássica quimioterapia, até tratamentos inovadores como as terapêuticas-alvo e a imunoterapia. Somos, também, responsáveis pela organização das reuniões multidisciplinares.

Apresentam um serviço 360o em cancros da mama, urológicos e pele. Qual é a importância de um serviço completo no tratamento?

É importante o acompanhamento contínuo do doente oncológico, desde o diagnóstico, passando pelo tratamento, até à vigilância. O bem-estar dos doentes é a nossa principal preocupação, e por isso não nos focamos apenas no cancro, mas olhamos para o doente como um todo. Assim, proporcionamos não só o diagnóstico e tratamento, mas também a possibilidade de acompanhamento por valências como nutrição, psicologia e especialidades como a genética, dermatologia, pneumologia, cardiologia, endocrinologia, oftalmologia, medicina interna, entre todas as outras especialidades necessárias ao acompanhamento dos doentes oncológicos. Possuímos também a valência da reabilitação, com fisiatria, fisioterapia e terapia da fala, e pretendemos, num futuro próximo, incluir programas específicos de fitness para doentes oncológicos.

Tratam, ainda assim, outros cancros?

Apesar de ainda não termos possibilidade de operar no nosso grupo todas as patologias oncológicas, todos os tratamentos sistémicos e de radioncologia estão disponíveis para todas as áreas oncológicas.

De que forma se definem os passos de tratamento em cancro?

O tratamento do cancro assenta na multidisciplinaridade, que contribui por si só para o aumento da sobrevivência dos doentes oncológicos. As principais armas terapêuticas de que dispomos são a cirurgia, a radioterapia e as terapêuticas sistémicas. Após o correto diagnóstico e estadiamento, é feita uma discussão multidisciplinar com todos os intervenientes no diagnóstico e tratamento, sendo definida, de forma personalizada, qual a melhor estratégia terapêutica para cada doente.

Como é que é constituída a equipa?

A equipa de oncologia na Joaquim Chaves Saúde é constituída por médicos, enfermeiros, auxiliares de ação médica, administrativos e gestores de cliente. Connosco trabalham também farmacêuticos, psicólogos, nutricionistas e todos os médicos e técnicos de especialidades intervenientes no diagnóstico, tratamento e seguimento de doenças oncológicas.

Onde é que os pacientes podem encontrar estes serviços?

Atualmente, temos disponível a Consulta de Oncologia Médica na Clínica Cirúrgica de Carcavelos, Clínica de Miraflores, Centro Oncológico Dr.ª Natália Chaves e Clínica de Cascais.

Quais são as perspetivas futuras para esta área do grupo?

A oncologia encontra-se em crescimento exponencial. Todos os dias são publicados novos estudos e atualizadas recomendações que têm vindo a melhorar a sobrevivência e qualidade de vida dos doentes oncológicos. Neste contexto, a Joaquim Chaves Saúde não poderia deixar de apostar nesta área extraordinária da medicina. Contamos, em breve, poder abrir o leque de ofertas aos doentes que nos procuram, proporcionando-lhes cada vez mais uma experiência diferenciadora e personalizada.

Maria Cabral, gestora do doente oncológico do grupo Joaquim Chaves Saúde

O que é o gestor do doente oncológico?

É uma função em que a principal responsabilidade é a orientação de todo o percurso e processo do doente oncológico, desde o diagnóstico até a fase de seguimento. Sendo o elo entre o doente e as unidades de saúde (serviços, médicos e enfermeiros) e agilizando o processo na sua parte burocrática.

Como surgiu a necessidade de criar um gestor do doente oncológico?

Com a expansão do Serviço de Oncologia na Joaquim Chaves Saúde, e atendendo à política de proximidade que é um dos seus pilares no relacionamento com os doentes, concluiu-se que esta função seria uma mais-valia para todos.

De que forma o gestor do doente oncológico acompanha o doente?

O gestor do doente oncológico acompanha o doente em todo o seu percurso e facilita todo o seu processo. Informa o doente acerca dos seus direitos, como, por exemplo, os benefícios fiscais de que pode usufruir, agiliza a marcação de atos médicos e respetivas autorizações junto das entidades financeiras responsáveis, fazendo, sempre que necessário, de elo entre o doente e os serviços médicos.

Quais os benefícios de ser acompanhado por um gestor do doente oncológico?

Este acompanhamento permite ao doente e aos seus familiares que se foquem, essencialmente, no seu tratamento, atuando como suporte do doente e da sua família.

Quais são as áreas de atuação do gestor do doente oncológico? Como funciona a relação entre gestor e paciente?

As áreas de atuação do gestor do doente oncológico são o acompanhamento próximo e personalizado, de forma a garantir que o doente e as suas famílias se possam focar no tratamento.

A cada doente oncológico, desde o início do processo, passando pelo diagnóstico e até à vigilância, é atribuído um gestor para fazer o seu acompanhamento e ajudá-lo em todos os passos burocráticos na instituição, garantindo sempre uma resposta célere.

O gestor e o doente têm uma relação muito próxima e sempre que o doente sente necessidade de falar de algum assunto tem o contacto direto do gestor, não necessitando de ligar para uma linha de atendimento geral. Isso faz toda a diferença, pois o doente nunca se sente perdido.

Uma das principais chaves para o futuro das doenças oncológicas encontra-se na personalização da medicina. Que papel desempenha um gestor do doente oncológico nesta área?

A personalização da medicina ou, no caso concreto, a oncologia de precisão é o futuro na abordagem do diagnóstico e tratamento das doenças oncológicas, com tratamentos concebidos para aquele tumor em concreto e aquele doente em particular, implicando testes genéticos e específicos da composição do tumor, definindo a terapêutica personalizada. Aqui, o papel do gestor do doente oncológico é ser um facilitador e catalisador ao acesso e execução de todos estes procedimentos necessários, mantendo o doente informado e garantindo que este faz parte, como decisor final, da estratégia e execução desse tratamento personalizado.

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