
Recebidos 83 pedidos de compensação financeira por abusos sexuais na Igreja
Comissões de instrução avaliaram até ao momento o caso de 68 pessoas, refere o grupo Vita.
Comissões de instrução avaliaram até ao momento o caso de 68 pessoas, refere o grupo Vita.
Estes pedidos de compensação financeira para as vítimas de abusos sexuais na Igreja católica estão a ser analisados por duas comissões, uma das quais avalia os factos e outra os montantes a atribuir, de acordo com o regulamento publicado em julho de 2024.
Até 21 de janeiro, data do balanço anterior, tinham pedido ajuda 118 pessoas, menos seis do que atualmente.
Segundo Rute Agulhas algumas das vítimas "querem só desabafar, partilhar, quebrar o segredo que em média dura 40 anos", sublinhando que a maior parte dos casos estão prescritos, porque "já aconteceram há muito tempo".
Um dos organismos avalia os factos e o outro, os montantes a atribuir, anunciou a Conferência Episcopal Portuguesa.
Durante os contactos com o Grupo VITA, a necessidade mais frequentemente reportada pelas vítimas é o apoio psicológico, em 67,2% dos casos.
A atribuição de compensações financeiras foi decidida pela CEP em abril e agora qualquer pedido deverá ser apresentado formalmente por escrito até 31 de dezembro.
Decisão foi tomada na 209.ª Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa. Pedidos terão que ser apresentados e vai ser criado um fundo para pagar às vítimas.
Os bispos vão ter como principal instrumento de trabalho uma proposta apresentada pelo Grupo VITA. A expectativa é de que "se chegue a um consenso e que o processo [indemnizatório] possa iniciar-se".
Dados foram revelados pela coordenadora do Grupo VITA. Indemnizações começarão a ser analisadas a 8 de abril em Assembleia Plenária da CEP.
O Grupo VITA realçou que existem 13 pessoas sujeitas a acompanhamento psicológico ou psiquiátrico regular e que outras oito pessoas foram direcionadas para este apoio e estão numa fase inicial do processo.
Até agora, quatro pessoas demonstraram vontade de ser indemnizadas pela Igreja Católica.
Já existem pelo menos, quatro pedidos de indemnização à Igreja Católica portuguesa, submetidos através do grupo VITA e das comissões diocesanas.
Psicóloga Rute Agulhas salientou que "mais de 30 vítimas deram já o seu consentimento informado para prosseguir com a informação para as autoridades competentes para posterior procedimento canónico e civil".
Francisco alertou que o risco, face a estes acontecimentos, é cair na "resignação e pessimismo", e pediu para que os católicos enfrentem "as situações pastorais e espirituais", e dialoguem "com abertura de coração para experimentar novos caminhos a seguir".
No dia em que arranca oficialmente o grupo de acompanhamento das situações de abuso sexual no contexto da igreja (VITA), a SÁBADO publica uma entrevista feita com três dos seus elementos. Não será um canal só para as vítimas, também é para os agressores, e apesar de a iniciativa ter partido da Igreja não terão de lhe prestar contas.