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Turquia ordena detenção de jornalistas de revista satírica devido a desenho de Maomé

Lusa 30 de junho de 2025 às 22:43
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Para uma grande maioria de muçulmanos, as representações imagéticas de Maomé ou de outros profetas islâmicos são proibidas.

O Ministério Público de Istambul ordenou esta segunda-feira a detenção de quatro pessoas, incluindo dois redatores e um cartoonista de uma das principais revistas satíricas da Turquia, por terem publicado um desenho do Profeta Maomé.

O ministro do Interior turco, Ali Yerlikaya, anunciou que a polícia tinha detido o cartoonista, publicando imagens da sua detenção numa escadaria na rede social X.

"A pessoa chamada D.P., que fez este desenho desprezível, foi apanhada e levada sob custódia", escreveu, acrescentando que "estes indivíduos sem vergonha terão de responder pelos seus atos perante os tribunais".

AP Photo/Ali Unal

Uma cópia da imagem a preto e branco publicada nas redes sociais mostra o Profeta Maomé e Moisés a apresentarem-se um ao outro e a apertarem as mãos nos céus de uma cidade bombardeada.

"A Procuradoria-Geral da República abriu um inquérito sobre a publicação de um desenho na edição de 26 de junho de 2025 da revista Leman, que denigre abertamente os valores religiosos, e foram emitidos mandados de captura para os envolvidos", declarou o Ministério Público.

Segundo os meios de comunicação social, as outras três pessoas visadas pelos mandados de captura são dois redatores-chefes e o chefe de redação da Leman.

Várias dezenas de manifestantes enfurecidos atacaram um bar frequentado por funcionários da revista Leman, no centro de Istambul, hoje à noite, provocando confrontos com a polícia que tentava prendê-los, de acordo com um correspondente da agência de notícias AFP no local.

Para uma grande maioria de muçulmanos, as representações imagéticas de Maomé ou de outros profetas islâmicos são proibidas.

Embora o Alcorão não proíba explicitamente estas representações, alguns hádices proíbem qualquer tipo de imagens alusivas a Maomé.

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