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Holly Jackson, o cérebro por detrás do novo sucesso da Netflix

O livro "O Homicídio Perfeito: Um Guia para Boas Raparigas" deu origem a uma série que está nos tops mundiais e de Portugal. Quem é a criadora da personagem Pip Fitz-Amobi?

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Edição de 16 a 22 de setembro
Gabriela Ângelo com Leonor Riso 21 de agosto de 2024 às 07:00
Ian West/PA Images via Getty Images

Já viuO Homicídio Perfeito: Um Guia para Boas Raparigas? Se não, é provável que tenha pelo menos ouvido falar da série que se encontra em primeiro lugar nas visualizações do serviço destreamingem Portugal e notopglobal. São de Holly Jackson os livros protagonizados por Pip Fitz-Amobi. Quem é a escritora que lançou a sua primeira obra em 2019?

Holly Jackson é britânica e começou a escrever histórias desde muito jovem, tendo completado o seu primeiro romance, de 400 páginas, com a tenra idade de quinze anos. Contudo, só em 2019 é que se estreou no mundo da literatura com A Good Girl’s Guide to Murder (O homicídio perfeito: Um guia para boas raparigas). Nesse ano venceu o Prémio do Livro Britânico e desde então já vendeu milhões de exemplares por todo o mundo. A obra foi adaptada para série com o apoio da BBC TV e com a co-produção da Netflix. Holly Jackson assumiu o papel de produtora executiva.

O livro e a série acompanham a jovem Pip Fitz-Amobi, que durante cinco anos vive obcecada com o caso de homicídio da sua colega de escola, Andie Bell, que foi alegadamente assassinada pelo namorado Sal Singh. Ao tentar desvendar o mistério da sua morte, ela junta-se ao irmão de Sal, e acabam por descobrir verdades inquietantes sobre Andie, Sal e o seu grupo de amigos.

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Quando escreveu o livro, Holly Jackson ainda morava com os pais no condado de Buckinghamshire, Inglaterra. Tinha regressado a casa depois de ter acabado a licenciatura na universidade de Nottingham, onde estudou Inglês e Escrita Criativa. Ao jornal inglês The Guardian, a autora diz ser a "filha do meio esquecida" que sempre soube que iria ser escritora, desde os onze anos.

Enviou o primeiro manuscrito a agentes literários quando tinha apenas 25 anos: relatava a história de "um ladrão com uma perturbação obsessiva compulsiva numa sociedade distópica inglesa no século XV/XVI". Olhando para trás, Holly Jackson considera que talvez tenha sido demasiada informação: o agente só lhe perguntou se tinha mais alguma ideia, e nasceu O homicídio perfeito: Um guia para boas raparigas.

O livro foi escrito em cerca de sete semanas. "Não queria que ele [o agente] se esquecesse de mim", conta. Desde então adicionou mais duas obras, Good Girl, Bad Blood e As Good as Dead, à trilogia.

A grande razão pela qual o seu primeiro livro conseguiu tanto sucesso foi o TikTok: a obra foi das mais recomendadas no #BookTok. Ao jornal The Guardian, Holly Jackson menciona que apenas criou uma conta na aplicação porque os seus leitores a utilizam, mas admite que já a bloqueou por ser demasiado viciante. A única pessoa que a consegue desbloquear é o marido.

Como se escreve um murder mystery

Numa entrevista à BBC, a autora revelou que o processo de escrever um livro em que há um assassinato mistério é tão meticuloso como investigar um crime. E em vez de montar um "quadro de homicídio" na parede que liga todos os suspeitos e as provas, como na série, a escritora cria-o no chão. 

Holly Jackson escolhe quem é o assassino desde o momento em que começa a escrever. O mais difícil é entender como é que a personagem principal, neste caso Pip, vai desvendar o mistério. No seu caso, Pip começa a investigar o caso para um projeto de fim de curso.

No que toca à adaptação para televisão, Holly Jackson afirmou à revista Indiewire que meteu o nariz em tudo, mesmo que "eles [Netflix] não quisessem". Certificou-se de que a magia do livro se traduziria para a série e para os seus fãs ávidos, com os quais tem algum contacto através das redes sociais.

Projetos mais recentes

A paixão de Holly por thrillers e obras criminais vem de muito nova. "Talvez seja uma sorte eu ser autora de livros de crime, senão seria serial killer", brincou em entrevista ao jornal inglês The Guardian.

Além da trilogia, Holly Jackson escreveu mais três obras de crime/ficção: Kill Joy, Five Survive e o mais recente, The Reappearance of Rachel Price. No último, a autora inspirou-se na ideia de como as narrativas de livros de crime são influenciados pelos seus criadores. A obra segue Bel, uma jovem de 18 anos, que concordou fazer parte de um documentário sobre o desaparecimento da sua mãe, Rachel Price, quando tinha apenas dois anos. Contudo, no início das gravações, Rachel reaparece e Bel decide investigar o porquê da mãe ter desaparecido durante tantos anos.

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