O ministro da Cultura também se congratulou com a vitória de Diogo Costa Amarante em Berlim - ele que tem tido uma relação polémica com o sector, que tem originado protestos de algumas associações
Em nota publicada este domingo nositeoficial da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa felicita "o cineasta Diogo Costa Amarante pelo Urso de Ouro de melhor curta-metragem que o júri do Festival de Berlim atribuiu ao filme Cidade Pequena". Para o Presidente, a vitória deCidade Pequena- que sucede aRafa, de João Salaviza, eBalada de um Batráquio, de Leonor Teles, que arrecadaram o mesmo prémio em 2012 e 2016 - confirma o sinal de que a "geração curtasatingiu já um elevado patamar de reconhecimento internacional".
Também o Ministro da Cultura reagiu este domingo à vitória portuguesa na Berlinale 2017. Luís Filipe Castro Mendes considerou, em nota enviada à Agência Lusa, que "o sucesso do cinema português no estrangeiro é o sucesso de Portugal no seu conjunto, e [é] essencial para a afirmação da cultura do nosso país".
Recorde-se que a vitória de Diogo Costa Amarante e do seu filmeCidade Pequena na categoria de melhor curta-metragem em competição - que somou à vitória de Gabriel Abrantes e da sua curta Os Humores Artificiais, que conquistou a nomeação do festival para os Prémios Europeus do Cinema [European Film Awards] - decorreu numa edição em que 11 associações profissionais do sector protestaram, em Berlim, contra a nova lei de regulamentação para o cinema e audiovisual (ainda não aprovada), que transfere o poder de nomeação dos júris para os concursos públicos do Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA) para o SECA — Secção Especializada do Cinema e do Audiovisual (um órgão consultivo governamental).
O protesto - a que se associaram figuras como os cineastas Pedro Almodóvar, Kléber Mendonça Filho, Phillipe Garrel e Leos Carax - levou os representantes portugueses a recusarem reunir-se com o secretário de Estado do ministério de Castro Mendes, Miguel Honrado, num jantar na Embaixada de Portugal em Berlim, agendado para assinalar a presença de oito filmes portugueses em competição no festival.
Na passada segunda-feira, em declarações à Agência Lusa, o ministro da Culturaclassificou a nova lei como "um passo à frente em relação à lei anterior, na medida em que dá muito mais peso aos criadores, aos produtores, aos júris, embora não exclua deles os financiadores". Castro Mendes acrescentou ainda que há realizadores e produtores que não partilham do protesto e sublinhou que "não pode haver política de gosto na Cultura" e que "o papel do Estado, de um Governo, é encontrar equilíbrios".
Na conferência de imprensa que decorreu depois da vitória deCidade Pequenano festival, Diogo Costa Amarante sublinhou que o facto do seu filme não ter obtido apoios estatais não significa que não esteja solidário com a Associação Portuguesa de Realizadores, que participou no protesto.