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Atrás de um António Homem há uma grande colecção

A Fundação de Serralves expõe a partir deste sábado, 6 de Fevereiro, a primeira parte de uma mostra que inclui peças de arte europeia e americana da Colecção Sonnabend

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Edição de 5 a 11 de agosto
Ágata Xavier 06 de fevereiro de 2016 às 10:00

Marque na agenda uma ida ao Porto. Comboio, autocarro, carro, mota, a pé ou de avião, arranje maneira de encaixar esta exposição na sua agenda. A Fundação de Serralves expõe a partir deste sábado, 6 de Fevereiro, a primeira parte de uma mostra que inclui peças de arte europeia e americana da Colecção Sonnabend, comissariada por António Homem, o herdeiro do espólio do casal Illeana e Michael Sonnabend. Se pegar num livro de história da arte do século XX vai encontrar todos os nomes que vão estar em Serralves. Andy Warhol, Jasper Johns, Roy Lichtenstein, Bruce Nauman, Robert Rauschenberg ou John Baldessari, por exemplo, são alguns dos 43 artistas que compõem a mostra, a segunda da Colecção Sonnabend em Portugal, depois de em Fevereiro de 2015 ter passado pela Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, em Lisboa. A exposição inclui 61 pinturas, esculturas e instalações de 1956 à actualidade, a maioria apresentada pela primeira vez no País. A exposição de Serralves, revelou a directora Suzanne Cotter durante a apresentação da programação de 2016, mostra a colecção como um todo e inclui obras que vão dos anos 50 ao início do século XXI. Na curadoria está António Homem, o herdeiro da colecção que Illeana juntou e que é uma das mais importantes no que ao minimalismo, pop art, arte povera ou arte conceptual diz respeito. Aos 75 anos, António mostra a colecção que ajudou a gerir nas galerias de Nova Iorque e Paris.Nasceu em Lisboa e partiu para Zurique aos 17 anos para estudar Engenharia (mais para obedecer ao pai do que por gosto), mas cedo trocou os estudos pelos dias passados na galeria de Bruno Bischofberger. A segunda exposição na galeria de Bruno foi sobre Pop Art e feita com a ajuda de Illeana. "Ela foi à inauguração com o Roy Lichtenstein. Um amigo convidou-me para o jantar e fiquei sentado à frente de uma senhora. Ela era a Illeana", explica António à SÁBADO, numa entrevista que antecedeu a exposição na Fundação Arpad Szenes.Só no Verão de 1966, durante a Bienal de Veneza, é que um reencontro entre ambos resultou num convite. António mudou-se para Paris em 1968, depois de concluir os estudos. "Durante um ano, vivi para cada dia, sem preocupações com o futuro", revela. "Nem sei como vivia. Almoçava e jantava muitas vezes com a Illeana e o Michael. Eles tornaram-se uma espécie de família." É natural que quando Illeana morreu, em 2007, António tenha pegado na colecção. Sobre o valor da mesma prefere não falar. "Tem tão pouco interesse como a raça ou o género de um artista", afirma. The Sonnabend Collection: Meio Século de Arte Europeia e Americana. Parte 1 Fundação de Serralves R. D. João de Castro, 210, Porto De 6/2 a 8/5 || 10h-18h (sáb, dom. e fer., 10h-19h) || Fecha 2.ª €8,50 (grátis dom., 10h-13h)

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