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Seguros de saúde de longo prazo e novo PPR nos planos da ASF
Gabriel Bernardino, presidente do supervisor, considera que o modelo dos PPR está "desvirtuado" e quer resolver o problema da mudança de seguro de saúde quando se chega à reforma. Pretende ainda rever as políticas de investimento do fundo de garantia automóvel e do fundo de acidentes de trabalho.
A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF)
está a preparar propostas de mudanças tanto aos seguros de saúde como aos
planos de poupança para a reforma (PRR). O anúncio foi feito, na apresentação
do plano estratégico 2026-2028, pelo presidente do supervisor, Gabriel
Bernardino, que quer reforçar a proteção dos consumidores, especialmente na
fase mais avançada da vida.
Gabriel Bernardino, presidente da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões
É uma matéria que tem que ser muito debatida e depois, naturalmente, terá que passar a decisão política. Mas é uma matéria que é muito importante.
Gabriel Bernardino, presidente da ASF
Esta alteração implica, contudo, “todo um trabalho” de regulação
deste tipo de seguros, devido a temas como a constituição de provisões ou a transformação
de uma tipologia para outra. “É uma matéria que tem que ser muito debatida e
depois, naturalmente, terá que passar a decisão política. Mas é uma matéria que
é muito importante”, sublinhou.
Outra questão que Gabriel Bernardino vê como prioritária é a
poupança para a reforma. Numa altura em que a Comissão Europeia está a avançar
com iniciativas no âmbito da União da Poupança e do Investimento, o presidente
da ASF diz que pretende “fazer o trabalho de casa” de envolver o supervisor
português nos projetos europeus, mas igualmente a nível nacional. “Também em
Portugal nós temos necessidade de ter um quadro de poupança para a reforma que
mude um pouco o paradigma que temos hoje em dia”, defendeu.
“Temos que ser muito claros. Aquilo que é, desde há muitos e
muitos anos, o produto charneira da poupança para a reforma em Portugal, o PPR,
está desvirtuado. É um produto muito líquido, que leva a que, obviamente, os
investimentos que estão por trás tenham que ter alguma liquidez”, disse,
apontando para as “consequências” em termos da rendibilidade. “E por isso é que
muitas vezes os consumidores, quando olham para a rendibilidade de um PPR,
dizem, afinal, quase que não batia a inflação”, referiu, frisando que, apesar
disso, os depósitos nunca batem a inflação.
Aquilo que é, desde há muitos e muitos anos, o produto charneira da poupança para a reforma em Portugal, o PPR, está desvirtuado.
Gabriel Bernardino, presidente da ASF
Gabriel Bernardino considera, por isso, que é preciso “criar
condições para ter produtos que sejam efetivamente de longo prazo” e planeia intervir
em vários níveis. Do lado da procura, “temos que explicar melhor às pessoas o
que é que é o risco num produto de longo prazo” e, do lado da oferta, “ter um
novo produto de poupança de longo prazo que seja efetivamente poupança de longo
prazo e que depois tenha características adequadas e também não só procura e
oferta, mas também os incentivos”, acrescentou.
Da mesma forma, Gabriel Bernardino incluiu no plano
estratégico para 2026-2028 a revisão das políticas de investimento do fundo de
garantia automóvel e do fundo de acidentes de trabalho para “assegurar uma gestão
são, prudente e eficaz”.
Já sobre o projeto inicialmente focado em ser um do fundo
sísmico e que a ASF quer ver mais alargado, o presidente reafirmou que está a
ser preparado um documento para ser enviado para o Governo. “Gostaríamos de ter
uma discussão alargada com a sociedade para a constituição de um fundo para
catástrofes. Não é um fundo só para sismos, é um fundo para catástrofes. Nós
vamos pegar no projeto que existia, há algumas nuances, até porque os dados já
são mais atualizados, e vamos juntar também as áreas relativas às inundações”, disse.
Estas iniciativas incluem-se num plano estratégico da ASF
que assenta em cinco prioridades fundamentais: simplificação regulatória,
supervisão proativa e integração da sustentabilidade para garantir mercados
sólidos e justos; incentivar a poupança para a reforma, soluções para
catástrofes naturais e reforço da literacia financeira; supervisão rigorosa dos
riscos tecnológicos e promoção da inovação segura, com destaque para a inteligência
artificial; transformar a supervisão através da utilização estratégica de dados;
e construir uma cultura de excelência e agilidade.
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