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Médicos tarefeiros dizem que urgências só funcionam graças ao seu trabalho

Lusa 18:18
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Para o próximo ano, a Associação de Médicos Prestadores de Serviço deixou o aviso: “não estaremos disponíveis a permanecer em condições que não se coadunem com a nossa profissão, responsabilidade e espírito de sacrifício”.

A associação que representa os médicos tarefeiros disse esta segunda-feira que as urgências hospitalares só funcionam graças ao trabalho dos prestadores de serviço e considerou que o atual modelo assenta num modelo de “exploração silenciosa”.

Médicos tarefeiros dizem que urgências só funcionam graças ao seu trabalho
Médicos tarefeiros dizem que urgências só funcionam graças ao seu trabalho

Em comunicado, a Associação de Médicos Prestadores de Serviço explicou que são os médicos tarefeiros que garantem “escalas quando mais ninguém está disponível”.

“Somos nós que asseguramos noites, fins de semana, feriados e épocas críticas. Somos nós que mantemos portas abertas durante todo o ano e somos também nós que mantemos o sistema aberto, mesmo quando dá sinais de falha”, acrescentou.

Para a associação criada recentemente, além do aumento das infeções respiratórias sazonais, que faz com que mais pessoas se desloquem às urgências, também o número de profissionais de saúde está reduzido, quer por férias, quer porque os internos do ano comum já terminaram a sua formação e os internos ainda não começaram a sua atividade clínica especializada.

“É neste cenário que fica completamente exposta a realidade que muitos preferem não ver: as urgências hospitalares em Portugal funcionam porque existem médicos prestadores de serviço”, considerou a Associação de Médicos Prestadores de Serviço.

Mesmo perante a sua importância e necessidade, alertou ainda a associação, os médicos tarefeiros não têm direito a férias, tolerância de ponto, nem estabilidade contratual. “O atual modelo assenta numa exploração silenciosa que se tornou normalizada — e isso é inaceitável.”

Para o próximo ano, a Associação de Médicos Prestadores de Serviço deixou o aviso: “não estaremos disponíveis a permanecer em condições que não se coadunem com a nossa profissão, responsabilidade e espírito de sacrifício”.

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