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Hotel, galeria e palco cultural de Lisboa

O Tivoli Avenida da Liberdade é muito mais do que um hotel cinco estrelas. Nasceu num palacete histórico, o Rosa Damasceno, foi reinventado por grandes nomes da arquitetura e, hoje, é também um espaço cultural com uma coleção de arte permanente, exposições, concertos e memória da capital

10 de setembro de 2025 às 09:00
Desde 1933 que o Tivoli Avenida Liberdade é uma referência da hotelaria lisboeta. Situado na mais emblemática artéria da capital, o hotel nasceu do antigo Palacete Rosa Damasceno, projetado pelo arquiteto Joaquim Norte Júnior, e foi redesenhado nos anos 50 do século passado por Porfírio Pardal Monteiro. Mais de nove décadas depois, afirma-se não apenas como espaço de luxo, mas também como um ponto de encontro entre arte, cultura e cidade.

Arte nas paredes e nos corredores O Tivoli guarda uma coleção permanente de valor histórico e artístico raro: tapeçarias de Vieira da Silva, Milly Possoz e Jean Lurçat, cerâmicas de Jorge Barradas na Mezzanine, murais de Basalisa na Sala Sintra, óleos de Cândido Costa Pinto na porta principal e até um painel de azulejos do século XVIII nos jardins. Entre as jóias do espólio destaca-se ainda a maior coleção privada de obras de Milly Possoz (mais de 80 obras da artista modernista belga e portuguesa). O painel “Lisboa século XVI” em estuque grafitado, da autoria de Risques Pereira, é cartão de visita no lobby de entrada, e a tapeçaria “Os Signos do Zodíaco” de Jean Lurçat destaca-se no restaurante Cervejaria Liberdade. A este património somam-se as criações contemporâneas que o hotel tem vindo a acolher no âmbito do projeto Tivoli Art Collection – Make Room for Masterpieces. Desde 2011, já passaram pelo edifício nomes como Pedro Calapez, Pauliana Pimentel, Miguel Palma ou AKACORLEONE, consolidando o hotel como uma galeria viva e acessível a todos. Programa cultural em expansão Hoje, visitar o Tivoli Avenida Liberdade é também percorrer um roteiro artístico em permanente renovação. Entre tapeçarias, instalações, fotografia e cerâmica, os espaços comuns ganham novas leituras através de exposições temporárias, muitas vezes concebidas em diálogo direto com a arquitetura e a atmosfera do hotel. As artes performativas também têm aqui palco: desde 2023, o lobby recebe mensalmente as Tivoli Live Sessions, concertos gratuitos e intimistas que vão do jazz ao fado, passando por sonoridades contemporâneas. A ideia é simples — transformar a estadia (ou uma visita ocasional ao bar) numa experiência cultural completa. Por ali já passaram músicos conceituados como o pianista Mário Laginha ou o contrabaixista Carlos Barreto e nomes internacionais como Kevin Kays, Ali Jackson, ou jovens músicos como Hugo Lobo (piano) ou Maria Carvalho (bateria). Património e memória Se as novas suites de assinatura reinterpretam o espírito artístico das décadas de 30 e 50 do século passado, há também espaço para a memória. A Suite Beatriz Costa presta homenagem à atriz que viveu no hotel durante mais de meio século, recriando o ambiente em que recebia amigos e escrevia crónicas. Com este cruzamento entre luxo e cultura, o Tivoli Avenida Liberdade reforça o seu papel de anfitrião da cidade — um espaço onde a hospitalidade se funde com a arte, e onde cada visita pode ser também uma descoberta. Exposições no hotel até outubro: “Já tão longe”, de Bela Silva, transforma o hotel em espaço de transição: esculturas cerâmicas de aves e plantas evocam natureza, movimento e memória, entre o íntimo e o coletivo. “Golden Hour”, de Ana Trancoso, transforma o hall de entrada e átrio do Tivoli Avenida Liberdade numa experiência sensorial: círculos suspensos em acrílico refletem a luz do fim de tarde, criando movimento, calor e serenidade no coração da cidade. “Diálogo com o Zodíaco”, curadoria de Felipa Almeida, combina cerâmicas antigas e contemporâneas que conversam com a tapeçaria de Jean Lurçat, criando um encontro de cores, formas e motivos astrológicos no Tivoli Avenida Liberdade.

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