São um dos maiores santuários de baleias do mundo e espaço privilegiado para observar de perto a grandiosidade destes animais. E se a elas juntarmos os simpáticos golfinhos, então o Atlântico torna-se ainda mais mágico e convidativo. Nos Açores, entre espécies residentes e migratórias, comuns ou raras, avistam-se mais de 20 tipos diferentes de cetáceos nas suas águas. Contas feitas, estamos a falar de praticamente um terço do total de espécies existentes. Não será, por isso, de estranhar que este seja ponto obrigatório em muitos dos planos de férias de quem se desloca ao arquipélago.
A observação de cetáceos é uma atividade que pode ser praticada em qualquer uma das nove ilhas do arquipélago, existindo, para o efeito, diferentes operadores turísticos que apresentam esta oferta, ao mesmo tempo que respeitam também toda a dinâmica da vida animal. Em qualquer uma das ilhas, o turista encontra pontos de partida com barcos preparados para um dos momentos mais aguardados da viagem: o encontro entre humanos e seres marinhos.
Antes da saída, importa escutar com atenção as regras que ajudam a evitar a interferência dos visitantes com a vida marinha ao longo de uma viagem por águas azuis cristalinas, que dura, habitualmente, três horas.
Tendo em conta o elevado número de espécies que ali existem, não será difícil avistar estes animais, em qualquer altura do ano. Assim é com a comunidade residente de golfinhos comuns e roazes, por exemplo. Mas diz quem sabe que os golfinhos-pintados são mais comuns no verão, assim como a baleia-de-barba e a baleia-sardinheira. Já a baleia-azul pode ser avistada mais facilmente no final do inverno.
Um mundo de experiências
O arquipélago dos Açores e as suas nove ilhas têm origem em qualquer coisa como 1.766 vulcões que ao longo dos anos se foram manifestando. Atualmente, existem ainda 26 sistemas vulcânicos ativos, oito dos quais submarinos, segundo indica o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores.
Não é o caso de um dos mais conhecidos: o Vulcão dos Capelinhos, na ilha do Faial. A erupção que deu origem a este vulcão começou a 27 de setembro de 1957, com início no mar, a cerca de um quilómetro da costa noroeste da ilha, e terminou 13 meses depois, tendo-se verificado a última emissão de lavas em 24 de outubro de 1958. No final, o seu cone vulcânico atingia uma altura de 160 metros e foram acrescentados 2,4 quilómetros quadrados à ilha do Faial. Atualmente, o Vulcão dos Capelinhos está classificado como monumento natural e um ponto que vale mesmo a pena ser visto.
Mas para quem aprecia geoturismo, há ainda outras possibilidades de visita como as quase três centenas de cavidades vulcânicas assinaladas, sob a forma de grutas, algares e fendas. A não perder igualmente as caldeiras secas, lagoas em crateras, campos fumarólicos e nascentes termais que se assumem como riquezas geológicas que testemunham o verdadeiro poder da natureza e geram um magnetismo especial no visitante.
Birdwatching
Numa vertente totalmente diferente, a observação de aves é também uma boa hipótese para quem se desloca aos Açores, já que o arquipélago é conhecido internacionalmente como destino de algumas espécies. Assim, para além do priolo, uma das aves mais raras da Europa e endémica de uma pequena zona da ilha de São Miguel, é ainda possível ver o painho-de-monteiro, o canário-da-terra, o tentilhão, a estrelinha, o pombo-torcaz, o milhafre, o cagarro e o garajau-rosado, entre muitas outras.