Bom Pastor: ao serviço dos agricultores
Em São Miguel, a Cooperativa Agrícola do Bom Pastor ajuda na produção, comercializando máquinas e alfaias com planos de financiamento diferentes. Este é apenas um dos apoios que presta
A Cooperativa Agrícola do Bom Pastor, CRL, é uma importante parceira dos agricultores de São Miguel, que assume a missão de disponibilizar os melhores fatores de produção, máquinas e alfaias agrícolas. Presta também serviços de apoio e assistência que promovem e reforçam o rendimento e valorização das produções, a eficiência do trabalho e a informação necessária à boa gestão da empresa agrícola.
No que diz respeito aos serviços prestados, o Bom Pastor disponibiliza aos seus cooperantes todos os fatores de produção que são informados, com qualidade e diversidade, com boas condições de pagamento e com campanhas de exigência às tesouraria das explorações. Recentemente, criou um novo estabelecimento para aproximar esta atividade, sem custos acrescidos, aos lavradores do Nordeste e iniciou e reforçou parcerias em várias ilhas dos Açores.
Além da comercialização de máquinas e alfaias, com planos de financiamento diversificados associados, a empresa possui serviços auto, comercializando ainda bens associados como pneus ou combustíveis.
Contabilidade e projetos
Por outro lado, presta aos cooperantes serviços na área do apoio à contabilidade agrícola, preparação e apresentação de projetos de investimento nas explorações ou candidaturas aos apoios agrícolas. Desenvolve igualmente, em colaboração com os responsáveis regionais, outros serviços, como sejam os relacionados com o registo animal.
Como as instalações da cooperativa constituem um importante polo de atividade em espaço rural e próximo dos agricultores, também se oferecem serviços de snack-bar.
Dar resposta às necessidades
A prioridade dada à satisfação das necessidades dos seus agricultores e de o fazer com motivação, ouvindo-os sempre, é o que distingue a Bom Pastor. Afinal, são eles a razão de ser da sua existência. Mas não só. Também diferencia a empresa o facto de ter o objetivo de ser uma referência para os que dão e criam valor na agricultura e pecuária, com orgulho no seu trabalho e com orgulho de serem agricultores.
A finalizar, o que distingue a Bom Pastor são os valores em que acredita, como a defesa da importância da agricultura, do sucesso e dignidade dos agricultores e do seu rendimento. Na Bom Pastor, procuram defender estes princípios através da cooperação e interajuda de todos.
Tudo começou há muito tempo...
A Cooperativa Agrícola do Bom Pastor tem décadas de história (e histórias) para contar. Quando é pedido um balanço da operação, remontam-nos a um tempo distante, bem distante, ainda antes da fundação da Bom Pastor, em 1948.
Lendo as Saudades da Terra, do historiador Gaspar Frutuoso, que as escreveu sobre o povoamento dos Açores, e, portanto, com o testemunho vivo deste, verifica-se que em todas as ilhas açorianas foi introduzido gado bovino, que ajudou a desbravar e a semear o território ao mesmo tempo que dava algum leite, do qual se extraíam manteigas e queijos em fabrico caseiro. Mais tarde, a Sociedade Promotora da Agricultura Micaelense (1843) promove a vinda de espécimes de raças com vocação leiteira (holandesa), o que levou ao aumento da produção de leite e ao surgimento de inúmeras pequenas unidades industriais, entretanto beneficiadas pela introdução das máquinas a vapor e pelo crescimento da área de pastagens artificiais e utilização de adubos.
A Intendência Pecuária de S. Miguel, pugnando pela qualidade dos produtos lácteos, lá ia impondo melhorias à meia centena de indústrias lácteas da ilha, algumas, por isso, soçobrando.
Após a Primeira Guerra Mundial, o setor entra em crise, não só arrastado pela crise geral do pós-guerra que reduziu a procura, mas também pela incapacidade de as pequenas indústrias se modernizarem.
É neste contexto que se multiplicam iniciativas para a criação de uma grande cooperativa – Cooperativa de Lacticínios de S. Miguel – que até elegeu a respetiva comissão instaladora. E que, sob a égide da Junta Geral, que encarregara um representante dos industriais e outro do Sindicato Agrícola de Ponta Delgada para, com o Intendente Pecuário, delinearem o projeto da desejada fábrica, obteria apoio financeiro do Estado e laboraria 25.000 litros de leite.
O projeto desta fábrica, com a colaboração de uma firma dinamarquesa, foi apresentado em 1938. Todavia, não avançou porque alguns derrotistas lançaram o medo e a desconfiança entre os produtores, o que deu força ao projeto da Lacticínios Loreto Lda., que, na antiga Quinta do Tanque, onde já funcionava uma pequena fábrica, na Pranchinha, começou a construção de uma moderna infraestrutura (1937 a 1946).
Entretanto, muitos lavradores reorganizaram-se e, com a especial liderança dos lavradores dos Arrifes, que em 1948 constituíram a Cooperativa Agrícola do Bom Pastor, impulsionaram a criação de uma união de cooperativas – a Unileite. E assim se dá origem a esta cooperativa, que, do mesmo passo que liderava a criação da fábrica da lavoura, apoiava os seus membros associados no aprovisionamento de fatores de produção.
A importância do Bom Pastor no seio da união de cooperativas voltou a ser determinante na crise do início dos anos 90. E no processo de saneamento econômico e financeiro da Unileite, que liderou e que culminou com a construção de uma moderna e redimensionada fábrica, inaugurada no ano 2000.
A importância da Bom Pastor no seio da união de cooperativas voltar a fazer-se notar no resgate que a fábrica precisa, após vários anos de insucesso.
Sendo o percurso da Bom Pastor feito de uma permanente formação e apoio aos seus lavradores, é natural que todos se honrem dele e do balanço muito positivo que o mesmo demonstra.