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Casa Ermelinda Freitas: um século de coragem, inovação e legado no feminino

Em 1920, na freguesia de Fernando Pó, Palmela, uma mulher ousou desafiar o seu tempo. Chamava-se Leonilde e lançou um dos maiores nomes do vinho português: a Casa Ermelinda Freitas. Um século depois, a empresa é um símbolo de perseverança, inovação e sucessão familiar marcada pelo protagonismo das mulheres.

Casa Ermelinda Freitas celebra um século de legado no feminino em Palmela, Portugal
08 outubro 2025 12:35

Tudo começou em Palmela, em 1920. Uma mulher chamada Leonilde ousou plantar um sonho. Desde então, geração após geração, foram sempre as mulheres da família Freitas a manter vivo o mesmo propósito: transformar a terra em vinho e o vinho em legado.

À frente da empresa está Leonor Freitas, quarta geração da família e uma das figuras mais marcantes do setor vitivinícola nacional. Filha de Dona Ermelinda — cujo nome se eternizou na marca —, Leonor nunca imaginara que o seu destino seria conduzir a exploração familiar. A sua entrada no mundo rural foi inesperada, mas profundamente enraizada no afeto. “Esta casa teve sempre mulheres na gestão. E porquê? Porque os homens da família faleceram muito cedo e houve mulheres muito fortes, como a minha avó Germana, que, com 38 anos, ficou viúva e manteve viva a atividade agrícola da família com enorme determinação.”

Apesar de ter sido orientada para uma vida fora do campo, Leonor regressou por amor — à terra, à família e ao legado. “A família queria que eu tivesse uma vida melhor, porque a vida rural sempre foi difícil. Mas a verdade é que voltei por amor. Nessa altura não tínhamos marca e vendíamos a granel para outras adegas”, recorda. Foi precisamente esse seu regresso que marcou o início de uma nova era. A aposta passou pela plantação de novas castas, pela modernização das infraestruturas e pela criação de uma identidade própria. "Hoje temos 31 castas, 560 hectares de vinha e um centro de vinificação moderno. Tudo isto é extremamente gratificante, porque cheguei sem saber, apenas com a vontade de dar continuidade ao que a família me tinha deixado. E foi assim que começou verdadeiramente a nossa marca, a Dona Ermelinda”, conta Leonor Freitas.

A quinta geração: visão e estratégia

Joana Freitas, filha de Leonor, representa a quinta geração da . Cresceu com o exemplo de uma mãe forte e presente, o que lhe trouxe não só orgulho, mas também um enorme desafio. “Ter uma professora exemplar como a minha mãe traz um desafio gigante para continuar e fazer ainda melhor a todos os níveis. Mas é um desafio que encaro com muita força”, refere.

Atualmente, a aposta está na diversificação e na atenção ao consumidor, com uma estratégia pensada passo a passo. “A nossa principal força para o futuro reside na capacidade de estarmos permanentemente atentos — aos mercados, às tendências e às preferências dos consumidores. Foi com esse espírito que decidimos diversificar os perfis de vinho, adquirindo a Quinta do Minho, em Braga, dedicada à produção de vinhos verdes, um projeto que tem tido resultados muito positivos. Paralelamente, apostámos na região do Douro com a Quinta de Canivães, cujos vinhos estão ainda numa fase inicial de desenvolvimento. São, por assim dizer, os nossos vinhos mais jovens, e representam um desafio estimulante, com grande potencial de crescimento.”

O terroir e a qualidade reconhecida

A consistência e a qualidade são pilares que têm merecido reconhecimento internacional. O enólogo da casa, Jaime Quendera, destaca os fatores diferenciadores que tornam os vinhos Ermelinda únicos. “Além de termos conquistado mais de 2.500 prémios nacionais e internacionais nos últimos anos, o que é impressionante e revela qualidade, temos um terroir muito particular”, observa. Com efeito, apesar do clima quente, a proximidade do mar garante equilíbrio e frescura às vinhas. “Estamos a 10 a 20 quilómetros do mar e isso é importante, porque no verão, nos dias muito quentes, temos a brisa marítima que refresca as vinhas. Temos sol, mas também frescura. Os vinhos são maduros e frescos. Essa é a distinção número um dos vinhos de Setúbal e da Ermelinda Freitas”, sublinha Jaime Quendera.

A atual diversidade de castas e regiões permite, segundo o enólogo, uma abordagem criativa e versátil à produção. “É quase como ser chef de cozinha: posso combinar diferentes elementos, experimentar, criar vinhos únicos e distintivos. Exportamos atualmente para mais de 50 países e, com as novas apostas, temos reforçado essa presença internacional. O vinho verde, por ser um produto exclusivo de Portugal, abre muitas portas nos mercados externos, enquanto o Douro acrescenta história, tradição e prestígio à nossa gama. Felizmente, os resultados têm sido muito positivos.”

Enoturismo: partilhar o legado

Hoje, a Casa Ermelinda Freitas é também um destino de enoturismo. As visitas às vinhas, as provas comentadas e o contacto direto com a cultura local tornam-se experiências imersivas para milhares de visitantes todos os anos. Mais do que abrir portas, trata-se de partilhar a essência de um projeto construído com paixão. A Casa Ermelinda Freitas é mais do que vinho, é herança, é paixão e é futuro. Um legado que continua a crescer, para que nunca fique uma cepa por vindimar, nem uma memória por contar.

De Palmela para o mundo, da coragem de Leonilde ao olhar atento de Joana, passando pela determinação de Leonor, a história continua a escrever-se. Sempre com um copo erguido à tradição e ao futuro.

Vinhos com alma e homenagem
 Cada vinho conta uma história. Um dos mais emblemáticos é o Destemido, criado em homenagem ao pai de Leonor, cuja coragem e espírito aventureiro continuam a inspirar. “O meu pai não tinha carro e pegou numa bicicleta para conhecer Portugal, foi até ao norte. Foi um destemido durante toda a sua vida. Tinha de lhe fazer esta homenagem”, destaca.

Perfil

·       Nome: Casa Ermelinda Freitas

·       Localização: Fernando Pó, Palmela, Portugal

·       Fundação: 1920

·       Liderança atual: Leonor Freitas

·       Área de vinha: 550 hectares

·       Castas: 31

Produção e Reconhecimento

·       Região: Península de Setúbal

·       Características dos vinhos: Elegantes e suaves, influenciados pela brisa dos rios e verões secos

·       Distinções: +2.500 prémios nacionais e internacionais

·       Exportação: +50 países

Enoturismo

·       Visitas guiadas às vinhas

·       Degustações de vinhos premiados

·       Conhecimento dos processos de produção

·       Envolvimento com a cultura da região

Expansão e Investimentos

·       Modernização de infraestruturas

·       Aposta nos vinhos verdes (Braga) e no Douro

·       Forte presença no mercado nacional e internacional

Contactos:

·       Email: geral@ermelindafreitas.pt

·       Telefone: +351 265 988 000 / +351 300 500 435

·       Enoturismo: +351 915 290 729

·       Morada: Rua Manuel João de Freitas, Fernando Pó, 2965-595 Águas de Moura

Um centenário diferente
Temos múltiplos exemplos de empresas familiares que, a partir de um patriarca, foram crescendo, diversificando e assegurando que sucessivas gerações assumissem o comando. A Casa Ermelinda Freitas é um modelo de empreendedorismo e sucessão no feminino, sendo também a demonstração de como as empresas familiares respondem aos desafios. A afirmação “investi o que tinha e o que não tinha” é lapidar. Muitas empresas familiares afirmam-se assim e, no caso concreto, alcançando a longevidade de cinco gerações. Numa evidente harmonia entre família e empresa.
Luís Parreirão, advogado e gestor, que ao longo de mais de duas décadas tem refletido sobre os principais desafios das famílias empresárias
Luís Parreirão
Luís Parreirão