Desde 2023 o
plano MaisIdadeMais afirma-se como um espaço de reflexão sobre o envelhecimento
ativo em Portugal. Promovido pelo Grupo Ageas Portugal, e com uma proposta de
valor integrada, esta proposta de valor tem trazido o tema para o centro da
discussão pública, reunindo diferentes gerações num debate onde se cruzam
ciência, experiência, métricas e emoção. A edição deste ano confirmou que
envelhecer é um assunto de todos e que o diálogo ganha força quando é vivido
com naturalidade.
2025 marca
também a estreia da série “FelizIdade com...”, conduzida por Teresa Guilherme,
onde figuras públicas partilham a sua visão e hábitos de envelhecimento ativo.
Ao longo de quatro conversas – com Júlio Isidro, Maria de Belém, Justa Nobre e
Alice Vieira –, foram reveladas diferentes formas de encarar o tempo, unidas
por um mesmo denominador: a curiosidade e a vontade de continuar a fazer parte
do presente. “Tenho 80 anos e continuo a fazer rádio. O segredo é manter a
curiosidade e não ter medo de envelhecer”, contou Júlio Isidro, enquanto Maria
de Belém trouxe uma reflexão cívica e social: “Temos de preparar a sociedade
para envelhecer com dignidade. Isso exige políticas, mas também uma mudança
cultural.”
Já Justa
Nobre, habituada a maratonas de trabalho, mostrou que o envelhecimento também é
adaptação: “Na cozinha, como na vida, há de tudo. É preciso saber ajustar-nos.”
E Alice Vieira resumiu: “Não se trata de envelhecer bem. Trata-se de continuar
a gostar do que fazemos, mesmo que já não seja à mesma velocidade.”
As
entrevistas serviram de
prelúdio ao debate que encerrou a edição deste ano. O encontro marcou a
apresentação pública do Barómetro Gerações em Movimento, um estudo desenvolvido
pela Ipsos Apeme em colaboração com o Grupo Ageas Portugal que traça o retrato
intergeracional dos portugueses e da forma como vivem, percecionam e se
preparam para envelhecer.
Na abertura,
Luís Menezes, CEO do Grupo Ageas Portugal, destacou a necessidade de
transformar o envelhecimento num projeto coletivo: “Daqui a 20 anos, a taxa de
substituição será de 38%. Ou seja, quem estiver a receber mil euros e se
reformar nessa altura, só receberá 380 euros. Temos de começar já a
preparar-nos.” O responsável reforçou ainda que a longevidade não é apenas um
desafio demográfico, mas também cultural. “Ninguém gosta de ouvir falar de
envelhecimento, é preciso encontrar novas palavras e outras formas de o
encarar”, referiu.
As
conclusões do Barómetro Gerações em Movimento foram apresentadas durante o
painel e destacam diferenças claras entre faixas etárias e perceções de futuro.
A geração Z é a que mais poupa, embora sem objetivos definidos. Os millennials
vivem entre a preocupação com o futuro e o peso das despesas do presente,
enquanto a geração X enfrenta maior pressão financeira e emocional, dividida
entre cuidar de pais e filhos. O estudo mostra ainda que, em todas as idades, a
literacia financeira é reduzida e a confiança no sistema de proteção social
limitada, o que reforça a importância de preparar a longevidade de forma
consciente.
Nelson
Machado, membro da Comissão Executiva do Grupo Ageas Portugal, sublinhou que “o
envelhecimento é um processo inevitável, mas a forma como o vivemos é uma
escolha que depende de conhecimento, preparação e atitude”.
Já Teresa
Guilherme sintetizou o espírito intergeracional do encontro no fecho:
“Envelhecer cruza-se com o nosso dinheiro, a nossa autonomia e a nossa
dignidade. Essa preparação começa cedo e acompanha todas as idades.” Entre
dados e testemunhos, a edição de 2025 do MaisIdadeMais mostrou que o
envelhecimento é um desafio coletivo e uma responsabilidade partilhada.