Sábado – Pense por si

C-Studio

Mais informações

C•Studio é a marca que representa a área de Conteúdos Patrocinados do universo Medialivre.
Aqui as marcas podem contar as suas histórias e experiências.

Falar de envelhecimento é falar de futuro

O debate MaisIdadeMais juntou especialistas, gestores e entidades públicas para discutirem como Portugal pode preparar-se para viver mais e melhor. Ficou evidente que envelhecer é um desafio comum.

Paulo Portas, Gustavo Barreto e Nelson Machado
19 novembro 2025 15:19

A edição de 2025 do plano integrado reforçou a discussão sobre o envelhecimento ativo e a longevidade em Portugal. Promovido pelo Grupo Ageas Portugal, o evento reuniu investigadores, gestores e representantes de entidades públicas e privadas para partilhar perspetivas sobre tempo, saúde e futuro.

Luís Menezes, CEO do , abriu o encontro com um apelo à responsabilidade coletiva perante o envelhecimento da população. Sublinhou que a literacia financeira continua a ser uma das maiores fragilidades do país e alertou que a sustentabilidade das reformas dependerá das decisões tomadas hoje. Seguiu-se a apresentação do Barómetro Gerações em Movimento, por Elsa Gervásio, marketing strategy and understanding leader da Ipsos Apeme. O estudo mostrou contrastes entre gerações e uma preocupação comum: segurança financeira e autonomia. “Falamos de rendimentos, mas corremos na pista errada”, comentou. “A falta de conhecimento é geral e a linguagem financeira continua pouco clara”.

Luís Menezes, CEO do Grupo Ageas Portugal
Luís Menezes, CEO do Grupo Ageas Portugal

Declínio demográfico não se resolve sem imigração

O antigo vice-primeiro-ministro Paulo Portas abordou o envelhecimento numa perspetiva macroeconómica, apontando-o como “o problema mais sério que Portugal tem”. Lembrou que “nós não trabalhamos para a nossa reforma, trabalhamos para pagar as reformas dos que cá estão hoje” e defendeu a criação de um “segundo pilar” de poupança, assente em fundos complementares que reforcem o sistema público de pensões. Alertou ainda que o desequilíbrio demográfico agrava o problema. “Quem vos disser que o declínio demográfico se resolve sem imigração, está a mentir”, afirmou.

O painel seguinte, moderado por Teresa Guilherme, reuniu Nelson Machado, membro da Comissão Executiva do Grupo Ageas Portugal, João Machado, presidente da e Maria Amélia Cupertino de Miranda, presidente da e Paulo Portas. “Quanto ao envelhecimento não posso fazer nada; à longevidade posso fazer tudo”, salientou Nelson Machado. João Machado completou: “Portugal é um país fantástico para envelhecer, se tivermos dinheiro, saúde e vivermos no sítio certo. Mas isso é o privilégio de uma minoria.”

Nós não trabalhamos para a nossa reforma, trabalhamos para pagar as reformas dos que cá estão hoje. Paulo Portas

Para ajudar a tornar Portugal num país onde todos podem envelhecer com qualidade foi criada a Fundação Ageas, que tem como objetivo “identificar projetos de inovação social que têm potencial de escalar”, ou seja, “chegar a muito mais pessoas do que atualmente chegam”. A Fundação garante também que no futuro estes projetos “não sejam tão dependentes de donativos de subsídios de prémios, que têm ‘perna curta’ no médio longo prazo”. “Portanto, trabalhamos com esses projetos para que eles evoluam”, explica.

Maria Amélia Cupertino de Miranda reforçou a importância da literacia financeira e digital em todas as idades: “Há décadas que ensinamos os novos a serem competentes financeiramente, mas é preciso ensinar também os velhos”, afirmou, sublinhando que o envelhecimento exige atualização constante do conhecimento. “Temos uma demografia alta e uma literacia baixa, financeira e digital”, alertou.

No final do painel, Nelson Machado lembrou que “mudar de mentalidade é mais importante do que mudar de lei”. Paulo Portas acrescentou: “Tomar decisões positivas e ajudar os outros é também uma forma de nos ajudarmos a nós próprios.” De intervenções distintas nasceu uma certeza comum: viver mais exige planeamento, conhecimento e atitude. O plano MaisIdadeMais mostrou que o futuro, tal como a longevidade, constrói-se hoje.

João Machado, Elsa Gervásio, Maria Amélia Cupertino de  Miranda, Nelson Machado, Teresa Guilherme e Gustavo Barreto
João Machado, Elsa Gervásio, Maria Amélia Cupertino de Miranda, Nelson Machado, Teresa Guilherme e Gustavo Barreto