O turismo é uma das grandes âncoras da economia da Madeira que este ano procura recuperar do recuo de 66% nas dormidas em 2020, período em que este indicador não foi além dos 2,7 milhões e em que os proveitos totais da atividade recuaram quase 70%, segundo dados da Direção Regional de Estatística da Madeira. Os mesmos números mostram que as dormidas na região têm vindo a crescer consecutivamente desde fevereiro, embora ainda muito longe dos valores registados em 2019.
Como reflete um estudo recente da McKinsey, a Madeira é, logo a seguir ao Algarve, a região do país onde o turismo tem um maior impacto na economia local. Somando influência direta e indireta, o turismo representará 37% do Produto Interno Bruto da região e mais de um terço do emprego.
O arquipélago tem vindo a recuperar das perdas de 2020 à medida que os mercados emissores se abrem (e quando não voltam a fechar) e prepara-se para ser também um dos destinos de verão de eleição para quem vive no continente.
Nos últimos meses, as empresas do setor e o Governo regional puseram em marcha diferentes medidas para reforçar a segurança do destino – que já foi reconhecido com um prémio nesta área em 2021 – e em criar esquemas para facilitar a circulação e minimizar riscos.
Os próximos meses prometem ser de recuperação, mesmo que a um nível mais lento do que o desejado pela generalidade dos interlocutores e de aposta forte nos fatores que historicamente fazem deste um dos destinos nacionais mais populares.
Turismo internacional popularizou-se no século XIX
A ilha da Madeira foi descoberta em 1419 e começou a ser colonizada nos anos seguintes. A cana-de-açúcar, introduzida no arquipélago pelo infante D. Henrique, foi um dos primeiros grandes impulsos económicos para a região, que chegou a ser um dos maiores mercados do Atlântico nesta área, atraindo por isso comerciantes de várias geografias. No século XVII, o vinho foi assumindo destaque na economia da região, que ainda no século XIX começou a explorar também o turismo, ganhando fama na Europa como estância de cura e convalescença para pessoas com tuberculose, por exemplo. A ilha era procurada sobretudo por alemães, ingleses e russos nesta altura, por razões de saúde ou interesse na fauna e flora da região, que lançou o seu primeiro guia turístico em 1850.
A Madeira acabaria por se tornar região autónoma em 1976. O nome que acabou por adotar resulta da abundância deste material na ilha, quando foi descoberta por Tristão Vaz Teixeira, Bartolomeu Perestrelo e João Gonçalves Zarco.
Prémios internacionais distinguem arquipélago há vários anos
A Madeira é um dos destinos turísticos mais premiados da Europa. Este ano está novamente nomeada para melhor destino insular da Europa, pelos World Travel Awards, que desde 2013 só não distinguiram a ilha nesta categoria uma vez. Os mesmos prémios elegem também a Madeira como melhor destino insular do mundo desde 2015.
Em 2021, o arquipélago arrecadou já também 13 distinções nos European Best Destinations. Estas incluem o primeiro prémio na categoria destino mais seguro para viajar em 2021. Os prémios conquistados pela Madeira nos últimos anos, na maioria, reconhecem a qualidade das infraestruturas e dos serviços associados ao turismo, mas há também algumas distinções mais específicas, como o prémio de 2020 da UNESCO para a Reserva da Biosfera do Porto Santo, ou o reconhecimento em 2019 como melhor destino de golfe emergente, a nível mundial.