Todos os anos, milhares de adultos em Portugal são internados devido ao Vírus Sincicial Respiratório (VSR). Um grupo de especialistas portugueses uniu-se para fazer um alerta: é urgente proteger os grupos mais vulneráveis.

As seis sociedades médicas publicaram um conjunto de recomendações que sublinham a importância de incluir medidas preventivas contra o VSR nas políticas de saúde pública. O objetivo é claro: reduzir hospitalizações e complicações graves associadas ao vírus.

Chamada de atenção fundamentada na ciência

O pneumologista Tiago Alfaro, da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, explicou que este apelo resulta de um consenso científico sólido: "Aquilo que dizemos serem recomendações, na realidade, é um documento que reflete a análise detalhada dos especialistas sobre o impacto do VSR na população adulta e as estratégias mais eficazes para o prevenir.

Além disso, o especialista destacou que a informação correta sobre a doença e as estratégias de prevenção são essenciais para combater mitos e a desinformação. Para Tiago Alfaro, o critério da idade é fundamental, uma vez que "o risco de complicações graves aumenta significativamente a partir dos 50 anos e torna-se ainda mais preocupante para quem tem outras condições de saúde".

Caso seja necessário definir prioridades, a recomendação passa por proteger primeiro as pessoas com doenças crónicas acima dos 50 anos e todos os maiores de 75 anos, que enfrentam um risco acrescido de complicações severas. Em Portugal, o Vírus Sincicial Respiratório costuma aparecer principalmente durante os meses de outono e inverno. Este padrão sazonal é importante para que possam ser tomadas medidas preventivas e para uma melhor gestão das infeções respiratórias relacionadas com o vírus.

Um problema de saúde pública

O VSR é frequentemente associado a bebés e crianças, mas a verdade é que tem um impacto significativo na população adulta. Dados do Global Burden of Disease indicam que o vírus causa milhões de infeções respiratórias graves a nível mundial, sendo responsável por uma grande parte das hospitalizações de idosos.

Em Portugal, estima-se que mais de 92% das hospitalizações por VSR ocorram em pessoas com mais de 65 anos. "Sabemos que prevenir é sempre melhor do que tratar. Se há uma forma segura e eficaz de evitar estas complicações, devemos aproveitá-la", reforçou o pneumologista.

Os especialistas agora aguardam que as autoridades avaliem a possibilidade de apoio financeiro para medidas de prevenção e sua inclusão em programas de saúde pública. "A prevenção de doenças salva vidas. Cabe agora às entidades de saúde decidir como podem implementar estas recomendações para proteger a população", reforçou Tiago Alfaro.

Quem deve ser protegido?

De acordo com o documento, a protecção é particularmente importante para:

Pessoas com 50 ou mais anos que sofram de doenças como DPOC, asma, insuficiência cardíaca, diabetes, doença renal ou hepática crónica, imunossupressão, entre outras;

Todos os indivíduos com 60 anos ou mais, independentemente do seu estado de saúde.

Recomendações para proteção contra o VSR por 6 Sociedades Científicas

• Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP)
• Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC)
• Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF)
• Sociedade Portuguesa de Doenças Infecciosas e Microbiologia Clínica (SPDIMC)
• Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM)
• Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI)

Para mais informação, consulte o seu médico.

NP-PT-AVU-PRSR-250001, 03/2025