A formação
executiva em Portugal tem vindo a assumir um papel central na valorização do
capital humano e na resiliência das organizações. Cristina Rodrigues, administradora-delegada
da Capgemini Portugal, afirma que “é inquestionável que a formação executiva é
uma das principais ferramentas para gerir, de forma mais eficaz, os contextos
mais complexos e incertos”. Segundo a responsável, os programas de educação
executiva permitem elevar níveis de sucesso tanto no âmbito individual como
empresarial, consolidando competências e promovendo a agilidade das equipas.
A
experiência da Capgemini mostra que este tipo de formação é reconhecido
internamente como critério essencial na atração e retenção de talento, mas
também como preparação para assumir funções de maior responsabilidade.
“Valorizamos de sobremaneira o conhecimento e as experiências decorrentes da
formação executiva, nomeadamente no que diz respeito à partilha de experiências
e ao networking. Dois aspetos que concorrem para potenciar as
competências, quer no recrutamento de profissionais, quer na organização de
programas executivos desenvolvidos em parceria com diferentes escolas de
negócio.”
Neste
contexto, a educação executiva não é apenas uma ferramenta de desenvolvimento
técnico ou académico, mas uma alavanca estratégica para líderes que precisam de
se adaptar a mercados em constante mudança e a cadeias de valor fragmentadas.
Competências como a adaptabilidade, a inteligência emocional e a capacidade de
motivar equipas são hoje consideradas essenciais, e são destacadas por Cristina
Rodrigues. “Em primeiro lugar, a inteligência emocional será determinante para
proporcionar uma liderança mais humanizada e efetiva; paralelamente, a
adaptabilidade, uma competência que, diria mesmo, é obrigatória nos nossos
dias; por último, será essencial saber motivar e inspirar as equipas,
independentemente da incerteza”, enumera a especialista.
Valorizamos de sobremaneira o conhecimento e as experiências decorrentes da formação executiva, nomeadamente no que diz respeito à partilha de experiências e ao networking.
Cristina Rodrigues Freitas, administradora-delegada da Capgemini Portugal
Intergeracionalidade
e inovação como vantagem
O
envelhecimento da população e a presença de múltiplas gerações no mercado de
trabalho reforçam a importância de programas executivos adaptáveis e inclusivos.
De acordo com Cristina Rodrigues, a intergeracionalidade não é apenas um
desafio, mas também uma oportunidade de inovação: a troca de experiências entre
gerações promove perspetivas mais completas, colaboração e empatia. A própria
forma de aprender varia conforme a geração: estudos recentes indicam que mais
de 60% da geração Y prefere plataformas digitais para aprendizagem, enquanto
apenas 35% dos baby boomers partilham essa preferência. Esta diversidade
obriga os programas executivos a combinar múltiplos formatos de ensino,
conciliando tecnologia e experiências presenciais.
Além disso,
a educação executiva torna-se determinante na preparação de líderes para
ambientes híbridos e remotos. Cristina Rodrigues sublinha que liderar à
distância exige comunicação clara, confiança e práticas inclusivas. “Além
disso, é ainda crítico que a liderança seja visível e presente, garantindo o walk
the talk e o exemplo face aos valores e cultura de empresa pretendidos”,
refere a especialista.
Vantagem
competitiva para o País
Mas o
impacto da educação executiva estende-se para além das organizações
individuais, refletindo-se diretamente na competitividade e inovação nacional. Marta
Ferreira, coordenadora executiva da Portucalense Business School, reforça que
temos a responsabilidade de “formar capital humano capaz de gerar impacto
direto nas organizações e, consequentemente, na competitividade do País”. Também
José Crespo de Carvalho, presidente do Iscte Executive Education, acredita que
a educação executiva “deve ser um motor de mudança para as empresas e um fator
crucial na criação de uma economia mais inovadora e sustentável”.