A procura por formação executiva em Portugal atravessa um
momento de crescimento e de transformação. Os gestores de topo e as suas
equipas já não procuram apenas programas académicos tradicionais; exigem
experiências formativas que aliem rigor científico, aplicabilidade prática e
uma forte ligação ao tecido empresarial. É neste ponto que as escolas de
negócios assumem um papel central, não apenas como transmissoras de
conhecimento, mas como parceiras estratégicas das organizações.
Marta Ferreira, coordenadora executiva da Portucalense
Business School, explica que “a integração e ligação com o tecido empresarial é
fundamental para o sucesso dos programas executivos desenhados e, por
conseguinte, para os profissionais e para a performance das organizações”. Essa
ligação não se limita à conceção dos cursos, prolonga-se durante toda a
experiência formativa, criando um ambiente de proximidade com a realidade do
mercado.
As parcerias internacionais são outro pilar importante, uma
vez que permitem intercâmbio de docentes e estudantes, semanas internacionais e
contacto direto com práticas de gestão em diferentes geografias. “Consideramos
as parcerias internacionais estratégicas porque permitem promover uma visão
global aos profissionais que frequentam os nossos cursos”, sublinha Marta
Ferreira.
Ascensão da formação customizada
O mercado de formação executiva tem assistido também a uma
forte evolução na personalização das ofertas. A formação customizada deixou de
ser exceção para se tornar tendência dominante. “Temos vindo a reforçar a
formação customizada com grupos empresariais de renome e com instituições
públicas”, explica a coordenadora executiva da Portucalense Business School,
acrescentando que estes programas são desenvolvidos em conjunto com as empresas
e orientados para a aplicabilidade imediata. A cocriação com organizações tem
mesmo permitido envolver não só coordenadores e empresas, mas também os
próprios participantes, numa lógica de aprendizagem contínua e orientada a
resultados.
O perfil dos participantes é cada vez mais diversificado. Já
não se trata apenas de executivos seniores. O middle management, empreendedores
e até equipas de suporte estão a entrar neste ecossistema. “Estamos a passar
por uma mudança nos perfis dos públicos, pelo que dispomos de formações
diversificadas que procuram responder a públicos distintos, a diferentes
objetivos e necessidades”, assume Marta Ferreira.
A atualização constante dos conteúdos e a flexibilidade dos
programas tornam-se, assim, determinantes para que a oferta seja relevante para
diferentes estágios de carreira.
Temos vindo a reforçar a formação customizada com grupos empresariais de renome e com instituições públicas.
Marta Ferreira, coordenadora executiva da Portucalense Business School
Alumni como ativo estratégico
Outro ponto crítico é a incorporação de novas tendências.
Conceitos como inteligência artificial, ESG ou liderança adaptativa estão a
moldar os currículos. “Os coordenadores dos cursos efetuam uma análise do plano
de estudos tendo em conta a evolução do mercado por parte das empresas e das
tendências do setor em questão”, afirma Marta Ferreira, destacando a
necessidade de rever conteúdos de forma recorrente e reforçar parcerias para
manter os programas alinhados com os desafios atuais. E, ao contrário de outras
fases, em que os programas eram quase padronizados, hoje a exigência é clara:
adequação, aplicabilidade e impacto mensurável. Como diz Marta Ferreira,
“privilegiamos a criação de um plano de formação no qual seja possível
acompanhar e medir o impacto dos conhecimentos adquiridos ao longo das
formações”.
A avaliação do impacto da formação vai além de métricas
imediatas. A prescrição, ou seja, o grau em que os programas são recomendados
pelos participantes, surge como um dos barómetros mais relevantes. Mas há
também um acompanhamento direto dos antigos alunos e das suas trajetórias
profissionais. “É importante que as empresas reconheçam a qualidade dos nossos
estudantes como profissionais de excelência, este reconhecimento é a prova do
impacto que os profissionais têm tanto a nível individual como nas equipas”,
salienta a coordenadora executiva.