As instituições privadas anunciam 17.929 vagas para o ano 2024/2025, mais 73, de acordo com dados divulgados pela Direção-Geral do Ensino Superior. A diferença entre estudar no público e no privado mede-se a vários níveis, mas as propinas são talvez o mais importante. O valor máximo nas instituições do Estado está fixado em 697 euros anuais. Já no setor privado e cooperativo e no regime concordatário, caso da Universidade Católica Portuguesa, são as instituições que estabelecem os valores e situam-se muito acima do referido. Dentro da mesma instituição, as propinas podem até ser diferentes de curso para curso.
O candidato que opte pelo privado e cooperativo deve consultar o website da instituição pretendida para ver as datas das candidaturas, pois diferem das datas do concurso público nacional. Já os documentos exigidos são: ficha ENES, emitida no ano em que é apresentada a candidatura, cartão de cidadão e fotografia tipo passe. Algumas instituições poderão pedir também documentos como o certificado de conhecimento em determinada língua.
Existem em Portugal, segundo a Associação de Ensino Superior Privado (APESP), 62 estabelecimentos de ensino privado e cooperativo, 20 de cariz universitário e 42 de cariz politécnico. Localizam-se sobretudo na região do Grande Porto, que se estende até às áreas de influência de Braga e Guimarães, Coimbra e região de Lisboa. No ano letivo de 2022/2023, o privado e cooperativo foi frequentado por cerca de 90 mil alunos, nos ciclos de estudo conferentes de grau, na sua maior parte cursos do primeiro ciclo, ou seja, licenciaturas. Os dados da APESP referem que nos últimos 25 anos, meio milhão de portugueses fez a sua formação superior numa universidade ou politécnico privado.
Campeã em título
A Engenharia Aeroespacial dominou as notas mais altas no concurso nacional de acesso do ano passado com três cursos no Top 5.
A competição pelo Top 5 das notas de entrada no ensino superior público tem sido disputada, nos últimos anos, entre a Engenharia e a Medicina. Vale o que vale. No ano passado, brilharam as engenharias, mas o resultado foi de alguma forma surpreendente. É que no grupo dos cinco cursos com média de candidatura mais alta estavam… três cursos de Engenharia Aeroespacial.
O curso da Universidade do Minho ascendeu ao topo, com o último aluno a ser colocado com 18,86 valores, numa escala de zero a 20. Uns pozinhos menos (18,68 valores) tinha o último aluno a passar a porta do Instituto Superior Técnico para estudar Engenharia Aeroespacial. Na Universidade de Aveiro, o último sortudo entrou em Engenharia Aeroespacial com 18,52 valores. Em quarto lugar no pódio dos cursos com notas mais altas esteve Engenharia e Gestão Industrial, da Universidade do Porto, com 18,55 valores. Intruso neste Top 5 foi justamente um curso de Medicina, o do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, da Universidade do Porto, com média de 18,68.
Os dados do ano passado mostraram 14 cursos com média de acesso acima de 18 valores. Por norma, em foco têm estado também os cursos de Enfermagem. No último concurso, das quatro instituições de ensino superior que tiveram lotação esgotada logo na primeira fase do concurso, três eram as escolas superiores de Enfermagem de Lisboa, Porto e Coimbra. No reverso da medalha, os resultados revelaram alguns cursos, sobretudo de instituições do interior, que ficaram desertos na fase inicial do concurso. Estas vagas transitam para as outras fases e vias e muitas delas acabam por ser preenchidas