Além da testagem e monitorização contínua, a ventilação de espaços fechados foi considerada pelos especialistas que monitorizam as incidências da pandemia de saúde pública por Covid-19 como um dos pilares em que deve assentar o desconfinamento.
Esta tem sido uma constante das comunicações que a APIRAC tem insistentemente veiculado junto de várias entidades, nomeadamente do senhor Presidente da República, de membros do Governo, dos grupos parlamentares e da Direção-Geral da Saúde. Ao longo de mais de ano e meio de pandemia, a APIRAC tem procurado sensibilizar os decisores e a opinião pública sobre o aspeto determinante que constitui a ventilação para a saúde pública.
As sucessivas Diretivas Europeias para a Eficiência Energética estabelecem a Qualidade do Ar Interior (QAI) entre os vários fatores a ter em conta na certificação energética, não podendo a QAI ser preterida em favor da melhoria da eficiência energética. Desde 2006, que Portugal tem legislação sobre a QAI dos edifícios de comércio e serviços e, mais do que isso, pesadas coimas para os infratores que numa primeira fase poderiam ir até ao encerramento do espaço.
Como se tem comprovado, e genericamente aceite, o contágio nos espaços fechados é cerca de 20 vezes mais provável do que no exterior. Acresce que cerca de 80% do nosso tempo de vida é passado em espaços fechados: as nossas casas, o nosso emprego, as nossas diversões e até muito do nosso desporto. Assim, importa analisar de forma simples e racional o que se pode fazer para que o contágio diminua fortemente no interior desses espaços. Só duas questões se colocam quando encaramos o problema da existência de agentes poluentes no interior dos edifícios. Em primeiro lugar, evitar que qualquer poluente penetre nesse espaço. Em segundo lugar, se o agente poluente ou patógeno foi transportado para o interior ou nele se desenvolveu, é necessário anulá-lo ou expulsá-lo rapidamente para o exterior, reduzindo o mais possível o tempo de exposição.
Para este efeito, a ventilação e extração do ar do espaço em causa será um dos métodos mais eficazes e mais económicos de o conseguir. Assim, a prática da introdução de ar exterior por sistemas de ventilação/extração em todos os edifícios, seja natural ou forçada, além de obrigatória é fundamental para a saúde, bem-estar e segurança dos seus ocupantes ou utilizadores. A análise do espaço, das obstruções existentes, do tipo de atividade, do caudal de ar mínimo, do local de entradas e saídas do ar, da eficácia de ventilação, da climatização para evitar choques térmicos é dos requisitos a ter em conta na escolha e implementação de um bom sistema de ventilação.
Para este objetivo, a APIRAC instituiu o Selo AR SAUDÁVEL para auditar e certificar as instalações de AVAC que demonstrem acompanhar as regras de saúde adequadas para evitar a contaminação dos espaços climatizados com o SARS-CoV-2, garantindo a sua boa execução e funcionamento. Foi assim que, por exemplo, auditámos o Centro Cultural de Belém e colocámos selos nos principais espaços em que decorreram os trabalhos da Presidência do Conselho Europeu, que, como é sabido, foi assumida por Portugal ao longo do 1.º semestre de 2021. Esta colaboração vem enquadrada no protocolo assinado entre a DGS e a APIRAC.
APIRAC zela pelo setor
Entidade de referência na atividade da climatização em Portugal, a Associação Portuguesa das Empresas dos Sectores Térmico, Energético, Eletrónico e do Ambiente (APIRAC) é uma associação patronal, sem fins lucrativos, criada em 1975 e que conta 525 associados distribuídos de norte a sul do País e regiões autónomas. A APIRAC atua no sentido de assegurar uma adequada estruturação e desenvolvimento do setor do frio e da climatização em Portugal.
A associação reúne toda a cadeia de negócio, desenvolvendo ações no âmbito da promoção da competitividade e da qualidade, da formação profissional, da certificação empresarial e profissional e da promoção da normalização setorial. A APIRAC congrega, simultaneamente, numa única associação as empresas de projeto e consultoria, de fabrico e representação de equipamentos e componentes, de instalação e assistência técnica, e ainda as empresas de higiene ambiental e da qualidade do ar interior.
A APIRAC tem uma representação associativa de 3% das exportações de máquinas de Portugal, representa um volume de negócios de 1.500 milhões de euros e um mercado com 25.000 empregos diretos.