O mundo está em permanentes mudanças, resultantes das constantes alterações devido a fatores políticos, sociais, económicos ou ambientais que vão surgindo e que modificam as dinâmicas das sociedades contemporâneas, mas existe desde sempre uma condição que não pode ser interrompida: a alimentação da população.
A população para sobreviver, e independentemente da sua localização geográfica, tem de se alimentar, e para isso necessita de agricultores que sejam capazes de se adaptar às constantes transformações que vão ocorrendo, nomeadamente pelos efeitos das alterações climáticas, que são cada vez mais evidentes. Temos de ter presente que recentemente chegámos a uma população de 8 mil milhões de pessoas e, em 2050, estima-se que o planeta tenha uma população de 9,3 mil milhões.
Um exemplo da importância e resiliência do setor agrícola é o seu comportamento face ao surgimento da pandemia de covid-19, em que a importância da agricultura saiu reforçada, tendo-se constatado, de uma forma clara e inequívoca, que os agricultores não podem parar, porque da sua atividade resulta o abastecimento alimentar imprescindível e indispensável à sobrevivência da população de qualquer região ou país. Mais uma vez se provou que nenhuma comunidade tem capacidade de sobreviver se não existirem agricultores capazes de produzir bens alimentares.
Independentemente dos contextos históricos, a sociedade precisa sempre dum setor agrícola moderno e competitivo, capaz de corresponder às expectativas e necessidades da população, pelo que devem ser criadas as condições para que tal aconteça.
Jorge Alberto Serpa da Costa Rita, presidente da Federação Agrícola dos Açores