A Revolução Industrial trouxe grandes avanços e a especialização desempenhou um papel crucial nesse progresso. No entanto, o mundo mudou, e embora a especialização continue a ter uma marca cultural e organizacional muito forte, já não é tão vital como antes. Esta mentalidade, ao longo do tempo, segregou o conhecimento e as competências e fez acreditar que cada problema era único e que cada organização precisa de inventar as suas próprias soluções. Mas será mesmo? Quantas vezes as organizações e os profissionais não estão simplesmente a desperdiçar tempo e recursos a "reinventar a roda"?

Com o surgimento das tecnologias de informação, essa necessidade de especialização começou a ser questionada. Na "longínqua" era dos mainframes da IBM, as práticas tecnológicas tornaram-se universais. Um mainframe era o mesmo em qualquer parte do mundo e os profissionais, independentemente de serem técnicos, gestores ou auditores, partilhavam um conhecimento global. A tecnologia mostrou que nem sempre era necessário inventar soluções – elas já estavam disponíveis, à espera de serem adotadas e aplicadas.

Com a internet e a cloud, esta realidade expandiu-se de forma exponencial. Hoje, não há desculpa para não se aceder às ferramentas e boas-práticas disponíveis. No entanto, muitas empresas, especialmente PME, continuam a cair na armadilha de acreditar que os seus desafios são únicos. Quantas vezes se ouve as organizações dizerem: "Isto só nos acontece a nós?" Vamos ser realistas: se o problema já aconteceu a outros, então a solução muito provavelmente também já existe.

É hora de abandonar a mentalidade de "invenção" que está a atrasar o progresso. A verdadeira inovação não está em inventar novos problemas, mas em criar valor. Como? Focando-se no que realmente importa: desenvolver novos produtos, conquistar novos mercados, criar novas experiências, reinventar as formas de trabalho e adotar modelos de negócio mais ágeis. A inovação real surge quando se aproveita o que já foi testado e comprovado, e se aplica de forma mais eficiente.

O inovador lidera o mercado

Se se olhar para histórias de sucesso global, percebe-se que não é o inventor que lidera o mercado, mas sim o inovador. E inovar não é ser único – é colaborar, aprender com os melhores e fazer mais com o que já está disponível.

A tecnologia e as comunidades profissionais globais eliminaram as barreiras que antes existiam. Hoje, as organizações que ainda agem como se estivessem isoladas estão a ficar para trás, ignorando um vasto conhecimento e soluções prontas para serem aplicadas. Mas a verdadeira mudança começa na educação. Num mundo onde a tecnologia está ao alcance de todos, as comunidades de ensino e formação, assim como novas competências e capacitações para jovens e profissionais em regiões menos desenvolvidas, estão à distância de um clique. E nem as barreiras linguísticas devem servir de desculpa. Com mais de 250 milhões de falantes, o português tem um poder transformador, capaz de derrubar essas barreiras e proporcionar um acesso sem precedentes a conhecimento especializado. Isso permite que estas comunidades não apenas acompanhem, mas também prosperem no mercado global. Novas competências mudam vidas e, mais importante, podem transformar comunidades inteiras.

Eficiência, inovação e criação de valor

No final, a inovação aparece quando se para de inventar problemas e se começa a adotar soluções. A tecnologia está aí, as boas-práticas estão à disposição – o que falta? Falta a coragem de implementar e de largar a ilusão de que somos "especiais".

A era digital não é o momento para tentar ser o próximo "inventor genial". É o momento de ser eficiente, de inovar com propósito e, acima de tudo, de criar valor. E é neste sentido que a Coimbra Business School "oferece um leque alargado de pós-graduações, capazes de responder aos maiores desafios da realidade atual", explica o professor Bruno Horta Soares. Consulte a oferta formativa disponível em Auditoria e Sistemas de Informação e em Gestão e Administração, aqui.