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Sete problemas nos WC escolares

Podem não ser muito debatidos, mas os problemas nas casas de banho das escolas importam e têm de ser resolvidos, pela segurança e pela saúde das crianças.

02 abril 2019 08:47

Deixamos os nossos filhos, dia após dia, para uma jornada de cerca de sete horas numa escola. Fazemo-lo com a certeza de que ficam num lugar seguro, onde terão acesso à educação, mas também a necessidades como a alimentação, o desporto e a interação social. A presença de professores e funcionários, que garantem a segurança e o conforto dos mais novos, é a melhor substituição que podemos ter à nossa própria presença.

Mas o ideal do espaço escolar nem sempre se concretiza e as limitações económicas podem rapidamente tornar-se visíveis no espaço. Como consequência, quem sofre são as crianças e os adolescentes. No meio de orçamentos, cortes e despesas, as casas de banho não são uma prioridade na gestão e funcionamento dos agrupamentos escolares, ficando esquecidas. Conheça sete problemas típicos nas casas de banho escolares públicas em Portugal.

1) Falta de papel higiénico

Muitas escolas limitam os rolos de papel disponíveis nas casas de banho. O propósito até pode ser a consciencialização para o desperdício, mas na prática acaba por significar que os primeiros a chegar à casa de banho têm papel e os outros não.

2) A privacidade é pouca

Portas sem fechadura, partidas, ou mesmo divisões sem porta. Este cenário não é uma exceção nas casas de banho das escolas. A culpa é, em parte, da má utilização dos alunos, mas a falta de manutenção leva a que os estragos se prolonguem no tempo.

Com a privacidade posta em causa, os mais novos sentem-se constrangidos a usar a casa de banho, fazendo com que não a utilizem durante todo o dia, o que pode originar problemas nos sistemas urinário e reprodutivo.

3) Falta de água

A falta de água pode ser transversal a toda a casa de banho. Na sanita, pouca água significa uma descarga insuficiente, o que contribui para uma sanita suja. Além da falta de higiene e dos potenciais problemas de saúde que pode acarretar, torna-se também um constrangimento emocional que pode impedir os mais novos de ir à casa de banho.

Nos lavatórios, a falta de água leva a que não se proceda à lavagem das mãos, o que propaga germes e doenças.

4) Sabonete e toalhetes

Os materiais de higienização como o sabonete líquido para lavar as mãos ou o papel absorvente para as secar não são repostos com a periodicidade necessária.

Esta situação pode condicionar as idas à casa de banho, com os alunos a evitar fazê-lo por não terem produtos adequados. Se o fizerem, sem uma correta lavagem de mãos há uma maior propagação de bactérias e germes.

5) Não há recursos humanos suficientes

A manutenção e a limpeza das casas de banho são asseguradas pelos funcionários de cada escola. O problema é que não há funcionários designados para a zona dos WC. O trabalho acumula com outras tarefas de supervisão, limpeza e arrumação.

Nos intervalos, o foco passa a estar no bom funcionamento de corredores e recreio. É nesta altura que aumenta o fluxo das casas de banho. Com poucos funcionários para tantas tarefas, a casa de banho acaba por ficar em último lugar.

6) Gestão de tempo, gestão de espaço

O insuficiente número de casas de banho na maioria das escolas faz com que nos intervalos e nas horas de almoço estas fiquem congestionadas. O número de alunos é largamente superior ao número de cubículos e os intervalos de todas as turmas são coordenados. Segundo um estudo feito em Portugal pela marca Domestos, constata-se que existe, em média, nas escolas públicas do 2º ciclo, uma casa de banho para 140 alunos; no 3º ciclo, o número aumenta para os 150.

A somar, os alunos aproveitam os períodos de pausa para tirar fotocópias, para comer, para socializar. Fácil é de perceber que, da lista de tarefas que têm para cumprir em 15 minutos, a ida à casa de banho é a que mais facilmente se deixa para segundo plano. Parece inofensivo, mas multiplicar isto por vários intervalos ou vários dias pode ter consequências na saúde de crianças e jovens.

7) Poucas palavras, nenhuma ação

Conversas de casa de banho e conversas sobre a casa de banho não fazem parte do leque de assuntos que se costumam abordar. Parece deselegante e inapropriado, mas falar do estado das casas de banho das escolas é falar de saúde. É falar do bem-estar, dos problemas existentes a que muitas vezes se fecham os olhos. Falar com as crianças é crucial, mas é preciso que a conversa não fique em casa. Que se debata com outros pais, que se questione a direção das escolas, que se investigue e que se mude, para bem dos nossos filhos.

A memória descritiva desenvolveu em 2018 o estudo "Escolas Públicas – Condições de Saneamento e Conservação", para a marca Domestos, para perceber melhor como funcionam as casas de banho nas escolas públicas em Portugal e quais os principais problemas, pela boca dos alunos. As conclusões são alarmantes: dos 348 alunos inquiridos, apenas 41% utilizam a casa de banho sempre que necessitam.

Nas próximas semanas, vamos falar de casas de banho. Com todas as letras. Com todos os problemas. E com soluções.