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Porta fechada, um lugar seguro

Sabia que os alunos portugueses identificam a falta de segurança como um dos problemas das casas de banho na escola?

08 abril 2019 10:05

É comum ver séries de televisão ou filmes em que a casa de banho é um lugar de refúgio para os mais novos. A cena é familiar: uma criança que se sente deslocada ou ameaçada na escola ocupa um cubículo de WC durante intervalos inteiros.

A realidade pode, contudo, ser bem diferente. O recato de uma casa de banho faz com que possa ser, também, palco de abusos por parte dos colegas. Em 2018, a série 13 Reasons Why acendeu a polémica com uma cena de bullying na casa de banho, na qual um grupo exerce violência física e psicológica sobre um rapaz. O grafismo das imagens foi amplamente criticado, mas levanta a questão: o que se passa nas portas fechadas de uma casa de banho escolar?

O estudo "Escolas Públicas – Condições de Saneamento e Conservação", desenvolvido para a marca Domestos -especialista em limpeza de casa de banho - em contexto nacional, traz algumas respostas: numa escala de 0 a 5, os alunos inquiridos identificam a falta de segurança numa casa de banho como um problema em 2,97. Quando questionados acerca do grau de preocupação sobre a falta de segurança, o número chega aos 4,03, na mesma escala. É necessário olhar para estes números e procurar sinais de alerta nos alunos, de forma preventiva.

Menos tabus, mais apoio

Fechar os olhos ao problema ou arrastá-lo, esperando que se resolva com o tempo, não deve nunca ser a solução. Mesmo que não se notem comportamentos preocupantes por parte dos mais novos, o bullying é um assunto relevante que se deve trazer para a comunidade escolar.

Um estudo de 2014 divulgado pela Unicef destaca que "46% dos jovens portugueses afirmam ter sofrido ou ter estado envolvidos em situações de bullying no ano anterior". Na prática, quase metade dos jovens já esteve envolvida numa situação de violência física ou psicológica.

Encontrar estratégias de combate à violência, juntamente com a associação de pais e os cuidadores da escola – professores, diretores de turma, funcionários e diretor da escola –, vai promover uma maior segurança para todas as crianças, não apenas para o seu filho.

Em primeiro lugar, devem-se sinalizar os locais onde tais situações podem acontecer. As casas de banho, as partes traseiras dos pavilhões e os balneários são locais onde os funcionários não estão presentes com tanta regularidade, o que os poderá potenciar como lugares apetecíveis para os agressores. Controlar estas zonas preventivamente acaba por dissuadir quem, por ventura, os tende a procurar.

Depois, podem e devem criar estratégias de denúncia que não ponham em risco a segurança das vítimas. Disponibilizar um psicólogo, caixas de denúncias anónimas, sessões informativas, tudo isto pode ajudar as crianças não só a denunciar, no caso das vítimas, como a perceber a gravidade das ações, no caso dos agressores.

Olhar para os problemas de forma global

No estudo "Escolas Públicas – Condições de Saneamento e Conservação", produzido pela marca Domestos sobre o estado das casas de banho nas escolas públicas portuguesas, um dos problemas apontados é a falta de segurança. Certificar-se de que os trincos dos cubículos estão operacionais é uma das formas de proteger a segurança e a privacidade dos alunos.

Outro dado relevante – o mesmo estudo, salienta que uma das causas para a falta de limpeza dos WC se relaciona com "casas de banho degradadas/ impropérios nas paredes/ sem condições". Ainda que com uma baixa percentagem – apontado 6,6% das vezes –, este é um claro indicativo de violência nas casas de banho. Estar atento a estes pontos pode ajudar a sinalizar quem, quando e como acontecem situações de potencial violência, física ou verbal.

O estado em que as casas de banho das escolas públicas se encontram é um problema que deve ser encarado como um todo: da conservação à limpeza, do saneamento aos materiais disponibilizados.  Numa altura de constantes mudanças físicas, hormonais e emocionais, como o é a adolescência, as necessidades básicas não podem falhar.

A falta de privacidade e de segurança nas casas de banho faz com que, consequência direta, os adolescentes evitem utilizá-las. Portas que não fecham ou estragadas, cabines que não chegam ao tecto, portas que não chegam ao chão… O estudo feito pela marca Domestos mostra que 45% dos inquiridos refere pelo menos uma destas situações no topo das recorrentes nos WC.

A ausência de funcionários, assinalada por 41% dos inquiridos, torna o espaço ainda mais inseguro para crianças sozinhas. Para evitarem estar numa posição mais vulnerável, os mais novos acabam por evitar sítios de potencial perigo. As consequências psicológicas são claras, mas há perigos menos óbvios, mas igualmente preocupantes.

Evitar ir à casa de banho por um longo período, como um dia inteiro de aulas, é um potencial fator de doenças renais e intestinais, como a prisão de ventre, infecções urinárias e problemas renais.

Esteja atento e procure abordar o assunto com regularidade

O diálogo entre pais e filhos é crucial para perceber se há alguma situação de perigo. O sucesso escolar é importante, mas as conversas diárias devem sempre tocar os aspetos sociais da convivência escolar.

Deve observar o discurso e o comportamento das crianças atempadamente para detetar alguma situação problemática. Sem se imiscuir demasiado, tente perceber qual o círculo de amigos em que o seu filho está inserido, se há algum nome que refira de forma negativa ou que evite falar, se há algum dia em que parece cabisbaixo.

É importante, também, manter o contacto com a escola em que a criança se insere. Respeitar as esferas das crianças é essencial para o crescimento como indivíduos independentes e capazes, o que não significa a total ausência dos pais no contexto escolar.

Uma forma eficaz de promover a abertura dos mais novos é a partilha de situações pessoais concretas. Se tem algum conflito no trabalho, se já se sentiu mais sozinho ou marginalizado, deve expor a situação, referindo sempre estratégias para a ultrapassar. O exemplo pode ser o impulso necessário que os jovens precisam para serem mais honestos.