Fundada em 2001 para responder à necessidade de tratamento dos resíduos resultantes da lavagem dos navios-tanque que vão a reparar no Estaleiro da Lisnave em Setúbal, a Eco-Oil foi uma das duas PME distinguidas com uma menção honrosa na terceira edição do SME EnterPRIZE – Prémio Europeu de Sustentabilidade para PME.
Esta iniciativa da seguradora Generali Tranquilidade, em parceria com a Sábado e o Correio da Manhã, premeia as PME portuguesas que se destacam por projetos que fazem avançar a sustentabilidade. No caso da Eco-Oil, o projeto distinguido foi o novo combustível sustentável EcoGreen Power. "Atualmente, a Eco-Oil é a primeira empresa no mundo a produzir um combustível sustentável a partir de resíduos marpol – a que chamámos EcoGreen Power – e que substitui integralmente o combustível fóssil alternativo, e que é destinado à indústria", afirm Nuno Matos, diretor-geral da empresa.
O novo combustível foi certificado pelo ISCC (International Sustainability and Carbon Certification), que valida os processos de produção e a origem das matérias-primas, além de verificar as emissões de CO2 resultantes da produção de um determinado produto. No caso do EcoGreen Power, "o ISCC concluiu que este gera menos 99% de emissões em comparação com o combustível fóssil alternativo", diz Nuno Matos.
Mas o que são os resíduos marpol usados para produzir este novo combustível? O diretor-geral da Eco-Oil explica que "a atividade marítima gera enorme volume de resíduos oleosos, seja pela necessidade de os navios lavarem os tanques, seja em resultado dos processos de purificação e tratamento do combustível utilizado a bordo". São esses resíduos que, depois de tratados na unidade industrial da Eco-Oil, no Parque Industrial da Mitrena, junto a Setúbal, são utilizados para produzir o EcoGreen Power.
Processos seguros
Para Nuno Matos, é importante destacar que todo o processo de recolha e tratamento "é realizado com o máximo rigor e segurança, em conformidade com as normas internacionais, garantindo a proteção do ambiente". Por isso, refere, a empresa trabalha "em estreita colaboração com as autoridades portuárias e ambientais para assegurar que todas as operações são realizadas de forma sustentável e responsável". Ou seja, conforme afirma o diretor-geral, "a taxa de circularidade da Eco-Oil é de 99%", o que quer dizer que "da totalidade dos resíduos processados pela Eco-Oil, só 1% não é reciclado ou devolvido ao meio ambiente depois de descontaminado", destaca.
Facilitadores da transição
O responsável da Eco-Oil define a sua empresa como "facilitadores da transição energética". "Para atingir a meta da neutralidade carbónica até 2050, é essencial que se ofereçam soluções viáveis para todos os setores, assegurando a competitividade, segurança e capacidade de resposta a longo prazo", refere. O EcoGreen Power, oferece uma solução adequada às indústrias, que "reduz até 99% das suas emissões de gases de efeito de estufa". Com isto, não só contribui para a sustentabilidade das indústrias, como também apoia o seu processo de transformação rumo a um futuro mais verde.
Neste contexto, o EcoGreen Power é já utilizado por diversos setores industriais, como a indústria alimentar (por exemplo, na produção de laticínios), e a indústria de construção (incluindo fábricas de cimento). Ao fornecer uma solução eficiente e com baixo impacto ambiental, a Eco-Oil "apoia a otimização de processos e a redução da dependência de combustíveis fósseis, ao mesmo tempo que promove a sustentabilidade e o cumprimento das metas ambientais", conclui o diretor-geral.
Da totalidade dos resíduos processados pela Eco-Oil, só 1% não é reciclado ou devolvido ao meio ambiente depois de descontaminado Nuno Matos, diretor-geral da Eco-Oil