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As tendências na manutenção de parques públicos que estão a conquistar a Europa

O que mudou na manutenção dos parques públicos nos últimos anos e como é que isso melhora a vida das pessoas?

16 de dezembro de 2025 às 10:27
A preocupação com o meio ambiente, as limitações normativas às emissões de gases poluentes ou ao uso de combustíveis fósseis e a revalorização dos espaços verdes após a pandemia renovaram o interesse em criar e cuidar dos parques públicos em toda a Europa. Diversas cidades estão conscientes da necessidade de melhorar os espaços verdes e muitas delas fizeram-no envolvendo os cidadãos em projetos de regeneração urbana reconhecidos como .

Mas o que mudou na manutenção dos parques públicos europeus nos últimos anos e como é que isso melhora a vida das pessoas? Descubra as tendências que se impõem no continente.

Parques como solução para as alterações climáticas

Os parques e zonas verdes arborizadas atuam como refúgio climático, reduzem a temperatura do centro das cidades, absorvem CO2 e geram oxigénio. Também protegem o solo contra a erosão e reduzem o risco de inundações. O verão passado veio confirmar as piores previsões na evolução das alterações climáticas na Europa. A combinação das temperaturas altíssimas e a concentração de vários meses sem chuva pôs em xeque a sobrevivência não só de florestas e jardins públicos e privados, mas também das pessoas e fauna que vivem em ambientes rurais no sul da Europa, o continente onde a temperatura média sobe mais rapidamente.

Cidades mais quentes entre 10 a 15 graus

A gravidade da situação gerou uma onda de consciencialização sobre a necessidade de variar a estratégia, mas... apenas no meio rural? O que acontece nas cidades europeias? Estão preparadas para enfrentar uma subida imparável das temperaturas? A cada verão, a temperatura média das capitais europeias é entre 10 e 15 graus superior à das suas zonas metropolitanas, segundo a Agência Europeia do Ambiente (AEA). Por isso, 90% das cidades da Europa procuram na natureza soluções contra as alterações climáticas. Entre alguns modelos a seguir, apontados pela AEA, encontram-se Gent (Bélgica), Nantes (França) ou a grega Rethymno. A criação e a manutenção das zonas verdes leva anos a ganhar uma relevância especial também nos Estados Unidos. Diversas cidades norte-americanas investem grandes quantidades de dinheiro em criar cidades mais verdes, que convidem a desfrutar do ar livre e a usar meios de transporte sustentáveis, como a bicicleta. O impacto social transformou-se em económico.

O impacto económico dos parques

As cidades de Boise, Plano, Minneapolis, Boston e Atlanta gastam em parques entre três e seis vezes mais por superfície do que a média das 100 maiores urbes dos Estados Unidos. Um estudo do Trust for Public Land revela que, entre 2011 e 2021, as cinco registaram taxas de crescimento de emprego iguais ou superiores à média nacional. Plano, Boise e Atlanta tornaram-se destinos preferenciais de startups e empreendedores, com crescimentos de até 60%, e, em quatro dessas cinco cidades, a população dos 25 aos 54 anos aumentou acima da média nacional. Los Angeles, recentemente devastada pelos incêndios, também tomou nota e aproveitará os Jogos Olímpicos de 2028 para reformular a cidade com a criação de novas zonas verdes e recuperação de outras existentes.

Descubra a pontuação verde da sua cidade

Consciente desta necessidade de construir cidades mais verdes, o grupo sueco de maquinaria para o cuidado da floresta e do jardim Husqvarna criou, em 2019, o Hugsi (Husqvarna Urban Green Space Index). Esta aplicação, que funciona com tecnologia de satélite e integra inteligência artificial, deteta zonas verdes das cidades de todo o mundo, quantifica a sua proporção dentro da superfície total e mede os seus avanços. Com isso, qualquer pessoa pode consultar os dados de saúde vegetal da sua cidade e compará-los com outras. Só para dar um exemplo, a pontuação verde que o Hugsi dá a Lisboa é de 17, face aos 48 de Nantes.

Sustentabilidade e resiliência

Manter os parques públicos não significa apenas podar as suas árvores e cortar a relva, mas sim conservá-los a longo prazo. Por isso, as cidades priorizam a plantação de espécies autóctones de árvores ou arbustos, ou adaptadas ao seu clima, que sobrevivam às alterações climáticas. Paralelamente, crescem as experiências de fomentar o crescimento de prado natural com plantas adventícias que favorecem a biodiversidade.

Jardinagem regenerativa

A jardinagem regenerativa consiste não só em realizar um cuidado sustentável, reduzindo o uso de fertilizantes e inseticidas químicos, mas também na reciclagem de recursos. A reutilização da água da chuva para a rega, de restos vegetais em compostagem, o uso biológico de plantas e espécies que melhorem a nutrição do solo ou a proteção contra as pragas são algumas das iniciativas em voga no cuidado dos parques. O objetivo não é apenas proteger as áreas verdes, mas também que sirvam de habitat para insetos polinizadores, por exemplo, cuja população mundial reduziu-se consideravelmente após o uso generalizado de fertilizantes à base de azoto, potássio e fósforo. 

Naturalização dos espaços

Em linha com a jardinagem regenerativa, a pandemia devolveu aos jardins o seu protagonismo como espaços comuns de usufruto e, na estética, impôs-se a naturalidade, com um design menos geométrico dos espaços e mais aparentemente selvagem. Isto traduziu-se também na construção de jardins e parques orientados para gerar benefícios ecológicos, sociais, sensoriais e comunitários. Um exemplo claro disso são os últimos projetos apresentados, este ano, no famoso festival de plantas e jardins, organizado pela Royal Horticultural Society (RHS), em Londres. Muitos dos projetos são inspirados em paisagens naturais ou foram concebidos como narrativas para promover a mudança social, com propostas que foram transferidas para centros de reabilitação, de beneficência ou para o usufruto dos cães.

Redução de emissões de gases e ruídos

O Pacto Ecológico da Comissão Europeia define, para os países membros, o objetivo de reduzir em 55% as emissões de CO2 até 2030 e atingir a neutralidade climática (zero emissões) em 2050. Isto supõe, entre muitas outras coisas, cobrir pelo menos 40% das necessidades energéticas da UE com energias renováveis. Cada vez mais, concursos públicos, para adjudicar serviços de jardinagem, privilegiam a tecnologia a bateria e aumenta o número de países que proíbem ou limitam o uso de todo o tipo de maquinaria a gasolina, incluindo a de jardim. Em países como a Alemanha ou a Suíça, a quota de mercado destas máquinas entre profissionais ronda já os 60%.
A transição da maquinaria a gasolina para a bateria impõe-se para os profissionais da jardinagem, não só para ganhar novos clientes, mas para manter os atuais. Marcas líderes, como a Husqvarna, revolucionaram o mercado de maquinaria a bateria para profissionais, com modelos tão potentes e fiáveis como os de motor de combustão. Estas são algumas das suas vantagens para o profissional: Máquinas mais silenciosas: A UE também estabeleceu limitações para o uso de máquinas a combustão devido ao seu elevado nível de ruído. As roçadoras, motosserras, sopradores e corta-relvas a bateria são muito menos ruidosos. Permitem trabalhar sem limitações na envolvente de hospitais, centros educativos e habitações sem gerar incómodos. Zero emissões e sem fumos: A maquinaria a bateria funciona com zero emissões de gases poluentes, o que reduz o seu impacto ambiental, ajuda as empresas a cumprir com as limitações europeias atuais e futuras e, sobretudo, são menos nocivas para a saúde dos trabalhadores. 

Automatização e tecnologia verde

Além da maquinaria profissional a bateria, generalizada nos países do norte da Europa, cresce a implantação de tecnologias que reduzem o consumo de água e eletricidade não renovável. Os sistemas inteligentes de rega, com monitorização da humidade e rega automatizada, ou a iluminação ‘LED’ solar ativada com sensores de movimento são tecnologias que permitem controlar o cuidado a partir de um centro de comando. Estas tecnologias melhoram a eficiência das empresas de manutenção de espaços públicos num contexto de falta de mão de obra qualificada.
A estes dispositivos juntam-se os robôs corta-relva de uso profissional, capazes de cortar qualquer tipo de relva em terrenos de qualquer condição e tamanho. Os modelos CEORA da Husqvarna, marca pioneira em corta-relvas robóticos com mais de 30 anos de trajetória, mantêm a relva em perfeitas condições em superfícies de até 75.000 metros quadrados.