O que mudou na manutenção dos parques públicos nos últimos anos e como é que isso melhora a vida das pessoas?
A preocupação com o meio ambiente, as
limitações normativas às emissões de gases poluentes ou ao uso de combustíveis
fósseis e a revalorização dos espaços verdes após a pandemia renovaram o
interesse em criar e cuidar dos parques públicos em toda a Europa. Diversas
cidades estão conscientes da necessidade de melhorar os espaços verdes e muitas
delas fizeram-no envolvendo os cidadãos em projetos de regeneração urbana reconhecidos como
boas práticas.
Mas o que
mudou na manutenção dos parques públicos europeus nos últimos anos e como é que
isso melhora a vida das pessoas? Descubra as tendências que se impõem no
continente.
Parques como solução para as alterações
climáticas
Os parques e zonas verdes arborizadas atuam
como refúgio climático, reduzem a temperatura do centro das cidades, absorvem CO2
e geram oxigénio. Também protegem o solo contra a erosão e reduzem o risco de
inundações.
O verão passado veio confirmar as piores
previsões na evolução das alterações climáticas na Europa. A combinação das temperaturas altíssimas e a concentração de vários meses sem
chuva pôs em xeque a sobrevivência não só de florestas e jardins públicos e
privados, mas também das pessoas e fauna que vivem em ambientes rurais no sul
da Europa, o continente onde a temperatura média sobe mais rapidamente.
Cidades mais quentes entre 10 a 15
graus
A gravidade da situação gerou uma onda de
consciencialização sobre a necessidade de variar a estratégia, mas... apenas no
meio rural? O que acontece nas cidades europeias? Estão preparadas para
enfrentar uma subida imparável das temperaturas? A cada verão, a temperatura
média das capitais europeias é entre 10 e 15 graus superior à das suas zonas
metropolitanas, segundo a Agência Europeia do Ambiente (AEA). Por isso, 90% das
cidades da Europa procuram na natureza soluções contra as alterações
climáticas. Entre alguns modelos a seguir, apontados pela AEA, encontram-se
Gent (Bélgica), Nantes (França) ou a grega Rethymno.
A criação e
a manutenção das zonas verdes leva anos a ganhar uma relevância especial também
nos Estados Unidos. Diversas cidades norte-americanas investem grandes
quantidades de dinheiro em criar cidades mais verdes, que convidem a desfrutar
do ar livre e a usar meios de transporte sustentáveis, como a bicicleta. O
impacto social transformou-se em económico.
O impacto económico dos parques
As cidades de Boise, Plano, Minneapolis,
Boston e Atlanta gastam em parques entre três e seis vezes mais por superfície
do que a média das 100 maiores urbes dos Estados Unidos. Um estudo do Trust for
Public Land revela que, entre 2011 e 2021, as cinco registaram taxas de
crescimento de emprego iguais ou superiores à média nacional. Plano, Boise e
Atlanta tornaram-se destinos preferenciais de startups e empreendedores, com
crescimentos de até 60%, e, em quatro dessas cinco cidades, a população dos 25
aos 54 anos aumentou acima da média nacional.
Los Angeles, recentemente devastada pelos
incêndios, também tomou nota e aproveitará os Jogos Olímpicos de 2028 para
reformular a cidade com a criação de novas zonas verdes e recuperação de outras
existentes.
Descubra a pontuação verde da sua
cidade
Consciente
desta necessidade de construir cidades mais verdes, o grupo sueco de maquinaria
para o cuidado da floresta e do jardim Husqvarna criou, em 2019, o Hugsi
(Husqvarna Urban Green Space Index). Esta aplicação, que funciona com
tecnologia de satélite e integra inteligência artificial, deteta zonas verdes
das cidades de todo o mundo, quantifica a sua proporção dentro da superfície
total e mede os seus avanços. Com isso, qualquer pessoa pode consultar os dados
de saúde vegetal da sua cidade e compará-los com outras. Só para dar um
exemplo,
a pontuação verde que o Hugsi dá a Lisboa é de 17, face aos 48 de
Nantes.
Sustentabilidade e resiliência
Manter os parques públicos não significa
apenas podar as suas árvores e cortar a relva, mas sim conservá-los a longo
prazo. Por isso, as cidades priorizam a plantação de espécies autóctones de
árvores ou arbustos, ou adaptadas ao seu clima, que sobrevivam às alterações
climáticas. Paralelamente, crescem as experiências de fomentar o crescimento de
prado natural com plantas adventícias que favorecem a biodiversidade.
Jardinagem regenerativa
A jardinagem regenerativa consiste não só em
realizar um cuidado sustentável, reduzindo o uso de fertilizantes e inseticidas
químicos, mas também na reciclagem de recursos. A reutilização da água da chuva
para a rega, de restos vegetais em compostagem, o uso biológico de plantas e
espécies que melhorem a nutrição do solo ou a proteção contra as pragas são
algumas das iniciativas em voga no cuidado dos parques. O objetivo não é apenas
proteger as áreas verdes, mas também que sirvam de habitat para insetos polinizadores,
por exemplo, cuja população mundial reduziu-se consideravelmente após o uso
generalizado de fertilizantes à base de azoto, potássio e fósforo.
Naturalização dos espaços
Em linha
com a jardinagem regenerativa, a pandemia devolveu aos jardins o seu
protagonismo como espaços comuns de usufruto e, na estética, impôs-se a
naturalidade, com um design menos geométrico dos espaços e mais aparentemente
selvagem. Isto traduziu-se também na construção de jardins e parques orientados
para gerar benefícios ecológicos, sociais, sensoriais e comunitários. Um
exemplo claro disso são os últimos projetos apresentados, este ano, no famoso
festival de plantas e jardins, organizado pela Royal Horticultural Society (RHS), em Londres. Muitos dos projetos são inspirados em paisagens naturais ou foram
concebidos como narrativas para promover a mudança social, com propostas que
foram transferidas para centros de reabilitação, de beneficência ou para o
usufruto dos cães.
Redução
de emissões de gases e ruídos
O Pacto
Ecológico da Comissão Europeia define, para os países membros, o objetivo de
reduzir em 55% as emissões de CO2 até 2030 e atingir a neutralidade climática
(zero emissões) em 2050. Isto supõe, entre muitas outras coisas, cobrir pelo
menos 40% das necessidades energéticas da UE com energias renováveis. Cada vez
mais, concursos públicos, para adjudicar serviços de jardinagem, privilegiam a
tecnologia a bateria e aumenta o número de países que proíbem ou limitam o uso
de todo o tipo de maquinaria a gasolina, incluindo a de jardim. Em países como
a Alemanha ou a Suíça, a quota de mercado destas máquinas entre profissionais
ronda já os 60%.
A
transição da maquinaria a gasolina para a bateria impõe-se para os
profissionais da jardinagem, não só para ganhar novos clientes, mas para manter
os atuais. Marcas líderes, como a
Husqvarna, revolucionaram o mercado de
maquinaria a bateria para profissionais, com modelos tão potentes e fiáveis como
os de motor de combustão. Estas são algumas das suas vantagens para o
profissional:
Máquinas mais silenciosas: A UE também estabeleceu
limitações para o uso de máquinas a combustão devido ao seu elevado nível de
ruído. As roçadoras,
motosserras,
sopradores e corta-relvas a bateria são
muito menos ruidosos. Permitem trabalhar sem limitações na envolvente de
hospitais, centros educativos e habitações sem gerar incómodos.
Zero emissões e sem fumos: A maquinaria a bateria
funciona com zero emissões de gases poluentes, o que reduz o seu impacto
ambiental, ajuda as empresas a cumprir com as limitações europeias atuais e
futuras e, sobretudo, são menos nocivas para a saúde dos trabalhadores.
Automatização e tecnologia verde
Além da maquinaria profissional a bateria,
generalizada nos países do norte da Europa, cresce a implantação de tecnologias
que reduzem o consumo de água e eletricidade não renovável. Os sistemas
inteligentes de rega, com monitorização da humidade e rega automatizada, ou a
iluminação ‘LED’ solar ativada com sensores de movimento são tecnologias que
permitem controlar o cuidado a partir de um centro de comando. Estas
tecnologias melhoram a eficiência das empresas de manutenção de espaços
públicos num contexto de falta de mão de obra qualificada.
A estes
dispositivos juntam-se os robôs corta-relva de uso profissional, capazes de
cortar qualquer tipo de relva em terrenos de qualquer condição e tamanho. Os
modelos CEORA da Husqvarna, marca pioneira em corta-relvas robóticos com mais
de 30 anos de trajetória, mantêm a relva em perfeitas condições em superfícies
de até 75.000 metros quadrados.