#AdoroOsMeusOlhos: sabe que o glaucoma é uma causa silenciosa de cegueira?
A propósito da Semana da Visão, a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia lança a campanha #AdoroOsMeusOlhos, em parceria com várias entidades relacionadas com a visão. Fernando Trancoso Vaz, médico oftalmologista e vice-presidente da SPO, fala-nos do risco de desvalorizar rotinas de saúde ocular.
Porque é que nos temos de preocupar com o glaucoma?
Como é que se manifesta o glaucoma?
Como foi referido, trata-se de uma doença que não causa nenhum sintoma (ardor, picadas ou outra queixa). Não é assim tão incomum observarmos um doente que nos procura na consulta, ou urgência, porque perdeu visão num dos olhos e descobre-se que tem um glaucoma em fase terminal mesmo no outro olho (apesar de não obstante não estar cego). Outro tipo de manifestações são as quedas sem causa aparente, o chocar com objetos que não tinha reparado que se encontravam no seu espaço visual, fruto da perda da visão periférica.
Como é que eu sei que tenho glaucoma?
O glaucoma tem cura?
Infelizmente não. O que se perdeu de visão não se recupera. O tratamento do glaucoma permitirá atrasar ou idealmente impedir a progressão desta doença. Pode-se recorrer a colírios, laser e/ou cirurgia. Não sendo os rastreios populacionais eficazes, do ponto de vista custo/eficácia, recomenda-se os rastreios das populações ditas de risco: > 40 anos, antecedentes familiares de glaucoma, raça negra, alta miopia e doentes medicados com corticoides. A deteção precoce permitirá o diagnóstico de quem tem esta patologia bem como o seu tratamento, evitando a sua progressão e em última instância a cegueira. Daí a importância que a SPO dá a este disease awareness e à necessidade de se realizarem consultas de rotina por médicos oftalmologistas. Os únicos profissionais capazes de diagnosticarem, seguirem e tratarem quem padece desta temível patologia.