Vinhos: à descoberta da Região dos Vinhos Verdes
Os cheiros e sabores de boa comida e os vinhos distintos, frescos e apelativos são certamente um bom pretexto para visitar as paisagens e lugares de uma região com muito para ver. Depois, há que sentar à mesa para o repasto e apreciar os sabores regionais, de preferência com gente da terra, porque é sempre bom escutar e aprender.
Quem já foi a muitos sítios deste País, de Vila Real de Santo António a Caminha, sempre de mente aberta e à procura de algo novo para admirar, não pode deixar de ir de vez em quando ao Noroeste do País, a região berço dos Vinhos Verdes – uma denominação diversificada e versátil em estilos e perfis de vinho, conhecida por produzir não só vinhos leves e frescos, mas também vinhos minerais, complexos e estruturados que facilmente acompanham um menu inteiro.
No percurso, a cor que designa a região é dominante numa paisagem onde o relevo domina, contendo cursos de água refrescante, separando terras sedutoras como Melgaço, Monção, Arcos de Valdevez ou Ponte de Lima, entre outras, bons locais de repasto e outros motivos de visita.
Perto do Porto, a região demarcada inclui um cordão de praias que se estende até à foz do rio Minho, na fronteira com Espanha. Vale a pena percorrê-la, à procura de peixe fresco e marisco, grandes companheiros de mesa dos Vinhos Verdes das castas Loureiro, Alvarinho, Trajadura, Avesso e Arinto, entre outras, ou dos seus lotes.
Mais para o interior, a gastronomia passa a ser dominada pelos pratos de carne. Rojões, sarrabulhos e cabrito do monte são bons parceiros do Vinho Verde tinto. Mas também a lampreia, na altura dela, tal como acontece com o sável, se for servido frito. E não nos podemos esquecer do bacalhau à minhota, prato imperdível e difícil de encontrar noutra zona do país, apesar da simplicidade da sua feitura.
Brisas marítimas
A atual Região Demarcada dos Vinhos Verdes estende-se por todo o Noroeste do País, na zona tradicionalmente conhecida como Entre-Douro-e-Minho. Tem, como limite a norte, o rio Minho, na fronteira de Portugal com a Galiza. A nascente e a sul delimitam-na zonas montanhosas, e, a oeste, o oceano Atlântico. É precisamente a ação das brisas marítimas, que entram, terra adentro, por sobre o vasto anfiteatro que se vai elevando para o interior minhoto, que mais condiciona o clima. Influenciam o elevado vigor vegetativo das vinhas e ajudam a modelar as características dos vinhos.
Não há nada como deambular pelo País, conhecer um pouco melhor todos os locais do mapa e verificar que há, em cada canto, sempre algo mais para descobrir. Há muito para ver nesta região de vinhos. Por isso, o melhor é informar-se, até porque há empresas de vinho que oferecem também alojamento, para além da visita e a possibilidade de nelas fazer uma refeição e provar vinhos.
A Rota dos Vinhos Verdes é uma boa opção para quem procura conhecer melhor a região, visitar produtores, escolher os melhores sítios de comer, visitar monumentos e outros motivos de interesse, convivendo com as pessoas.
Vinhos com personalidade
O Vinho Verde é único no mundo. A tipicidade e a singularidade provêm, por um lado, das características dos solos e dos diversos microclimas e, por outro, da personalidade das castas regionais e das formas de cultivo da vinha. Os tintos produzidos na Região dos Vinhos Verdes têm cor intensa, por vezes espuma rosada ou vermelho-viva, e são frutados no nariz e encorpados na boca. Os rosés vão do levemente rosado ao rosa carregado, apresentam aromas de fruta fresca vermelha, como morangos, cerejas ou framboesas e frescura na boca, por vezes com alguma textura. Os brancos têm geralmente cor citrina ou palha, algum floral, fruta citrina, branca e de caroço e grande frescura.
Vinhos Verdes: o copo certo
Aprecie à temperatura certa
Geralmente não se sentem os aromas e os sabores nos vinhos demasiado frescos. Por outro lado, os tintos perdem qualidades quando são aquecidos. Mas é verdade que os vinhos sabem sempre melhor se forem servidos à temperatura em que expressam todo o potencial para proporcionar prazer a quem os bebe.
Brancos, rosados e espumantes são mais agradáveis se apreciados frescos. Os tintos devem apenas ser ligeiramente refrescados, para que a libertação dos aromas se vá fazendo mais lentamente depois de serem vertidos no copo. Mas todos devem ser arrefecidos ou aquecidos gradualmente.