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Zona: a doença oculta que afeta milhares de portugueses

Dor intensa, erupções dolorosas e complicações prolongadas fazem da Zona uma ameaça silenciosa para milhares de portugueses, sobretudo os mais velhos. Estima-se que esta doença, para além do impacto em termos de recursos em saúde, custa ao estado mais de 10 milhões de euros por ano, o que reforça a necessidade de assumir políticas de prevenção.

06 de dezembro de 2024 às 10:06

A Zona, também conhecida como Herpes Zoster ou Cobrão, é uma doença da qual muitos portugueses são portadores, sem o saber. Estima-se, aliás, que aproximadamente 1 em cada 3 pessoas desenvolverá a Zona em algum momento da vida. A condição é causada pela reativação do vírus varicela-zoster, o mesmo responsável pela varicela, que permanece "adormecido" no organismo após a recuperação da primeira infeção. Com a idade ou perante um sistema imunitário enfraquecido, o vírus pode despertar, causando uma série de sintomas que afetam gravemente a qualidade de vida dos doentes.

Sintomas e diagnóstico

A Zona manifesta-se inicialmente com formigueiros, dores intensas numa área específica da pele, normalmente seguidos de uma erupção cutânea dolorosa. Esta erupção tende a surgir apenas num lado do corpo, muitas vezes no peito ou no abdómen, mas também pode afetar a face. A cicatrização completa pode demorar várias semanas, durante as quais os doentes experienciam um desconforto que vai desde dor ligeira até uma sensação de queimação intensa.

Em certos casos, os efeitos da Zona podem ser persistentes. Cerca de 30% das pessoas afetadas desenvolvem uma condição chamada Nevralgia Pós-Herpética (NPH), uma dor crónica que persiste meses ou até anos após o desaparecimento das erupções. A NPH é especialmente prevalente em doentes acima dos 50 anos, com um impacto severo na sua qualidade de vida. Outras complicações podem incluir problemas oftalmológicos, audição comprometida, desequilíbrios e até complicações cardiovasculares.


Quem está em risco?

Quase todos os adultos, mais de 90%, são portadores do vírus da varicela-zoster e, por isso, estão em risco de desenvolver Zona. O risco aumenta com a idade, particularmente após os 50 anos. No entanto, fatores adicionais, como doenças crónicas (diabetes, doenças cardiovasculares e doenças respiratórias) ou estilos de vida pouco saudáveis, também contribuem para o aumento da probabilidade de desenvolver a doença. O stress, trauma físico e a exposição excessiva ao sol são igualmente fatores de risco.

Tratamento e prevenção

Em caso de suspeita de Zona, é vital procurar atendimento médico imediato para um diagnóstico e tratamento adequados. O tratamento pode ajudar a aliviar os sintomas e diminuir a duração da doença. Recomenda-se manter a área afetada limpa, evitar vestuário apertado e aplicar compressas frias para maior conforto.

Existem diversas formas de prevençção contra a Zona, desde alimentação cuidada, exercício físico, vacinação. A Zona é mais do que uma condição desconfortável – é uma doença séria, com potenciais complicações a longo prazo. Falar com um profissional de saúde e explorar as opções preventivas disponíveis pode fazer toda a diferença na saúde e bem-estar dos cidadãos.

Impacto da doença no sistema de saúde e na economia

Um estudo divulgado num evento organizado pela Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, estima que entre julho de 2023 e junho de 2024, 62.985 adultos tiveram um diagnóstico de infeção por herpes zoster (zona). 66% destes doentes eram pessoas com mais de 50 anos.

A Zona é uma doença que contribui significativamente para a sobrecarga do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e das finanças do Estado. Dados nacionais, referentes à população adulta, mostram que o impacto económico anual da Zona seja de cerca de 10 209 998 €, considerando os custos diretos e indiretos associados à doença. 

Para mais informações consulte o seu médico.

Com o apoio da GSK.

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